Euro reforçado pelos “ruídos agressivos dos responsáveis do BCE, que pareciam contrariar as expetativas de um corte de 50 p.b. este mês”, explicou a Partner da Ebury

A chamada “Trump trade” sofreu uma reversão significativa na última semana. Os títulos do Tesouro dos EUA recuaram, “possivelmente devido ao alívio pelo facto de os dados da inflação nos EUA terem saído, em grande medida, conforme o esperado”.

Joana Vieira, Partner da Ebury Portugal, explicou à Executive Digest que o dólar perdeu força e terminou a semana em queda face a todas as moedas do G10, com exceção do dólar canadiano. O euro, por sua vez, foi favorecido pelos “ruídos agressivos dos responsáveis do BCE, que pareciam contrariar as expetativas de um corte de 50 pontos base este mês”.

O iene japonês destacou-se como o maior vencedor, registando uma valorização significativa “devido à inflação mais forte do que o esperado e à reavaliação geral dos aumentos do Banco do Japão em 2025”. Já no extremo oposto, o real brasileiro foi o grande perdedor da semana, “uma vez que o orçamento do governo de Lula dececionou os investidores”.

À medida que o ano se aproxima do fim, as atenções do mercado deslocam-se das escolhas de gabinete de Trump e concentram-se nas próximas reuniões dos bancos centrais. “A atenção do mercado deverá desviar-se das escolhas de gabinete de Trump (as mais importantes já foram feitas) e voltar-se para o resultado das próximas reuniões do banco central”.

Embora as reuniões mais relevantes ainda estejam por vir, os dados económicos que antecedem essas decisões são vistos como cruciais. Entre os destaques da semana estão o relatório NFP de novembro, nos EUA, e as vendas a retalho de outubro na Zona Euro, que oferecem “uma das poucas referências de dados concretos para o BCE antes da sua importante decisão de 12 de dezembro”.






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