“Uma caricatura de democracia”: Rússia arrasa Biden por conceder indulto ao filho
A Rússia manifestou-se contra a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de conceder um perdão total e incondicional ao seu filho, Hunter Biden, que enfrentava sentenças por crimes federais relacionados com posse ilegal de armas e fraude fiscal.
A decisão, anunciada no domingo através de uma declaração oficial da Casa Branca, representa uma inversão da postura previamente defendida por Joe Biden, que havia assegurado que não usaria os seus poderes executivos para interferir no caso do filho.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, criticou veementemente a decisão. Em declarações ao jornal pró-Kremlin Izvestia, Zakharova classificou o episódio como uma prova de que os Estados Unidos são “uma caricatura de democracia”.
A apresentadora Olga Skabeyeva, conhecida pelo seu papel como propagandista do Kremlin e anfitriã do programa 60 Minutes, também reagiu ao caso. Num comentário publicado na plataforma Telegram, escreveu: “Biden perdoou o filho Hunter, segundo a Casa Branca. Democracia.”
Hunter Biden foi condenado em junho, no estado de Delaware, por três crimes relacionados com a compra ilegal de uma arma de fogo em 2018. Em setembro, admitiu culpa em nove acusações de fraude fiscal em Los Angeles, optando por uma declaração aberta que deixava a decisão final de sentença a cargo do juiz.
Ele deveria ser sentenciado no dia 12 de dezembro pelos crimes relacionados com armas e, quatro dias depois, pelas infrações fiscais. Apesar de promessas anteriores de não interferir, Joe Biden justificou o perdão dizendo que “ficou claro que Hunter foi tratado de forma diferente”.
Repercussão política nos EUA
A decisão gerou uma onda de críticas entre republicanos, incluindo o ex-presidente Donald Trump. Na sua rede social Truth Social, Trump questionou se o perdão a Hunter Biden se estendia aos condenados pelo ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. “Será que o perdão dado por Joe a Hunter inclui os reféns de 6 de janeiro, que estão presos há anos? Um abuso e distorção da justiça!”, escreveu Trump.
Figuras de destaque no Partido Republicano também condenaram a decisão, incluindo Marjorie Taylor Greene (representante da Geórgia), James Comer (presidente do Comité de Supervisão da Câmara) e o senador John Barrasso, do Wyoming.