Nova falha no sistema informático do INEM registada durante três horas. É a segunda num mês
Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), operaram sem sistema informático em todo o país entre as 16 e as 19 horas desta quarta-feira, confirmou o instituto. Apesar do constrangimento, o INEM assegurou que o atendimento e a triagem das chamadas, bem como o acionamento dos meios de emergência, não foram afetados. As causas da falha estão atualmente sob investigação, segundo avança o jornal Público.
Segunda falha no mesmo mês preocupa profissionais
Esta é a segunda interrupção do sistema informático do CODU no espaço de um mês. No passado dia 14 de novembro, o serviço esteve indisponível entre as 9h30 e as 12 horas. Estas recorrências suscitaram críticas por parte do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, cujo presidente, Rui Lázaro, apontou o dedo ao desinvestimento no sistema ao longo dos últimos anos.
“Estas falhas são o resultado do desinvestimento do anterior Conselho Diretivo do INEM. Foram oito anos sem que houvesse um único investimento”, afirmou Rui Lázaro ao mesmo jornal.
Durante o período de falha, os técnicos de emergência pré-hospitalar recorreram a métodos manuais para garantir o atendimento e a resposta às chamadas de emergência. De acordo com Rui Lázaro, a experiência dos profissionais foi crucial para evitar atrasos significativos no socorro.
“Graças à experiência dos técnicos, não houve mais do que cinco ou seis chamadas em espera, o que é equivalente a um dia normal no INEM, mesmo com o sistema informático a funcionar corretamente”, destacou o sindicalista.
Rui Lázaro também alertou para os riscos de confiar exclusivamente em sistemas automatizados, como os baseados em inteligência artificial, no contexto de emergências médicas. “Quando as máquinas falham, é a experiência destes profissionais que assegura que o socorro não falha”, sublinhou.
O reforço do número de técnicos nos centros do CODU, implementado após as polémicas relacionadas com falhas no atendimento no início de novembro, foi também apontado como um fator que ajudou a mitigar os efeitos da falha desta quarta-feira.
Recorde-se que o INEM enfrentou duras críticas devido ao atraso no atendimento a pedidos de socorro no dia 4 de novembro, que resultaram em várias mortes. O Ministério Público abriu inquéritos para apurar se estas mortes estão relacionadas com falhas no sistema de emergência médica.