Açúcar, café, gás natural… Aumento dos preços vai afetar a sua carteira neste Natal. Saiba tudo o que vai subir

À medida que a época natalícia se aproxima, o aumento do consumo de matérias-primas essenciais como o cacau, o café e o gás natural começa a refletir-se nos preços desses e de outros produtos. Essa tendência de consumo, frequentemente associada ao Natal, é amplificada por uma série de fatores, incluindo alterações climáticas, decisões estratégicas de empresas e eventos geopolíticos, o que tem gerado volatilidade nos mercados.

Os analistas da XTB explicam que o impacto desta subida de preços é evidente, com muitas famílias a sentirem os efeitos no seu rendimento disponível. O custo de vida continua a ser uma preocupação, agravado pela inflação acumulada nos últimos quatro anos.

Açúcar

O mercado do açúcar tem experimentado aumentos significativos nos últimos meses, impulsionados por previsões de déficit global. A Organização Internacional do Açúcar (ISO) prevê um déficit de 2,5 milhões de toneladas para as colheitas de 2024/25, embora um superávit de 1,31 milhões de toneladas seja esperado para 2023/24.

A situação no Brasil, onde as chuvas fortes têm levado ao encerramento de fábricas de açúcar, também tem elevado os preços para máximas de duas semanas. A produção na Tailândia, por outro lado, pode aliviar parcialmente a pressão sobre os preços, com um aumento de 18% na produção projetado para 2024/25.

Café

O café Arábica alcançou preços recordes, superando os 320 cêntimos por libra, com um impacto direto da seca nos últimos meses. A expectativa de crescimento da produção no Brasil foi revista em baixa, com uma redução na produção de 3,5 milhões de sacas para a temporada 24/25. Com os inventários brasileiros a atingir mínimos históricos, os preços devem continuar a pressionar o mercado.

Cacau

O mercado do cacau também vive um momento de alta, com os preços a subir devido à escassez de oferta e a problemas climáticos. As previsões para 2024/2025 indicam uma produção de 2 milhões de toneladas na Costa do Marfim, mas o clima e as condições de produção nas próximas semanas serão determinantes para os preços.

Gás natural

O gás natural, por sua vez, é afetado por variações climáticas que impactam os preços. Nos EUA e na Europa, as temperaturas mais baixas do que o normal têm levado a uma diminuição das existências, o que pode aumentar os preços a curto prazo. A política energética dos EUA, com novas licenças de perfuração e terminais de exportação, também pode ter implicações para a competitividade global, afetando o preço do gás natural.

Petróleo

O mercado de petróleo registou quedas após o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, que diminui os riscos de uma nova escalada de conflitos na região. No entanto, a pressão sobre os preços poderá continuar devido a uma possível decisão da OPEP+ de adiar o aumento da produção, o que deve manter o mercado em vigilância.

Ouro

Finalmente, o ouro viu uma queda significativa, em parte devido ao avanço das negociações de cessar-fogo no Líbano. A recuperação do mercado de ouro dependerá ainda da evolução das taxas de juro nos EUA e da estabilidade da inflação. O enfraquecimento do prémio de risco é um fator que continuará a influenciar o preço do metal precioso.

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