Como podem os CFO promover o crescimento digital da organização
Os executivos financeiros transformaram-se em fortes defensores do digital, através da utilização de dados para gerar maior eficiência e promover novos modelos de negócio digitais, que ajudam a impulsionar a organização. Com uma visão única da organização, os CFO procuram para lá das fronteiras tradicionais da função financeira e colaboram com os CEO para desenvolver estratégias baseadas em dados e insights, potenciando crescimento sustentável, valor a longo prazo e uma mudança profunda. Isto é apenas no início. Até 2020, a função financeira como a conhecemos será transformada pela inovação do CFO, à medida que o talento é reinventado e implementado em todo o negócio, numa nova capacidade estratégica.
COMO ASCENDE O CFO DE CONTABILIDADE A PARCEIRO DE NEGÓCIO E ATÉ AO PRINCIPAL ASSESSOR DO CEO?
«O estudo da Accenture», afirma Pedro Galhardas, Managing Director responsável pela área de Strategy em Portugal, «faz uma profunda análise ao dinâmico novo papel dos CFO, desconstruindo os desafios que enfrentam e de que formas podem aproveitar a tecnologia, as competências e as relações para posicionar as suas organizações para o crescimento».
O QUE SE SEGUE
À medida que as tarefas rotineiras se tornam automatizadas, o CFO vai criar funções com maior significado e impacto para os profissionais de finanças, desde liderar transformações digitais até desenvolver novas formas de data mining, para gerar insights orientados para o crescimento.
O PAPEL DO CFO
A lista de tarefas do departamento financeiro está a mudar, bem como o papel do CFO. A automação e transformação digital continuam a progredir, reduzindo custos, potenciando a produtividade, e promovendo o pensamento crítico e criativo.
AJUDAR OS C-SUITE A TER A PERSPECTIVA COMPLETA
O que torna os CFO únicos entre os C- -suite? É responsabilidade dos CFO sintetizar e descodificar conjuntos de dados ricos e complexos, analisar potenciais investimentos e gerir riscos estratégica e objectivamente. Estas capacidades estão a fazer com que os CFO “estrategas” procurem ainda mais fontes de dados e insights.
Para além disso, quando se trata de previsão, avaliação de investimentos, gestão de risco e dados e transformação digital, os CFO lideram. Desde a última crise financeira global, os CFO enfrentaram uma enorme pressão para se tornarem “guardiões económicos” do negócio, à medida que reforçam o investimento em cibersegurança, agregação de dados e tecnologia.
As equipas de finanças reportam um aumento na procura por insights em múltiplas fontes de dados.
Identificar e gerir os dados mais críticos da organização é uma tarefa que a função financeira pode assumir. Assim, incorporam dados e desmontam silos organizacionais, beneficiando toda a organização.
Digitalização – a capacidade de capturar, estruturar e fazer uma melhor utilização dos dados – está a incentivar os atuais CFO a agir e liderar com ousadia. Aqui estão dois exemplos de como os CFO e as suas equipas estão a utilizar a digitalização para se tornarem elementos estratégicos valiosos:
Consolidar outras funções: os CFO estão a disponibilizar a outras actividades ferramentas de gestão, controlo e suporte especializado. Quais os resultados? Duração dos ciclos reduzida e um serviço mais personalizado.
Auto-reportar: os CFO estão a encorajar outros departamentos a auto-reportar para que a área das finanças se possa focar noutros aspectos. Neste momento, em que 81% das organizações afirmam estar a preparar-se para um futuro cada vez mais volátil, os CFO estão focados nas estratégias que potenciam o crescimento sustentável, que assegura o futuro destas e gera valor top-line, bottom-line e para os accionistas.
Mais do que nunca, os CFO estratégicos têm a oportunidade e responsabilidade de aproveitar a sua posição única e ajudar a garantir o sucesso contínuo das organizações.
AUTOMAÇÃO E OUTROS DESAFIOS QUE OS CFO ENFRENTAM
De acordo com Pedro Galhardas, «à medida que os CFO se fixam num cenário cada vez mais volátil, vão enfrentar uma série de desafios operacionais e culturais. Ao nível táctico, os CFO irão precisar de implementar processos para combater o retrocesso persistente da automação dentro das organizações e garantir que utilizam todos os dados à sua disposição. Ainda que as tecnologias estejam estabelecidas, vão precisar de construir a justificação para a mudança e de se posicionarem como uma força transformadora em toda a empresa».
ULTRAPASSAR AS RESTRIÇÕES CULTURAIS
Nem todos os CFO têm a capacidade de tomar a iniciativa de criar sistemas financeiros automatizados e digitalização. Actualmente, apenas 34% dos processos financeiros são automatizados – uma percentagem surpreendentemente baixa. Ainda mais preocupante? Os CFO prevêem que menos de 50% de todas as tarefas financeiras serão executadas por máquinas até 2021.
O QUE ESTÁ A ABRANDAR O PROCESSO?
A apreensão é uma das razões – 38% dos inquiridos estão preocupados com a resistência dos colaboradores em trabalhar com colegas não-humanos. Isto coloca o ónus da automação nos CFO, enquanto gerem as suas responsabilidades actuais.
CONTROLAR OS DADOS
Os CFO procuram aproveitar os dados proactivamente para poder ajudar quem toma decisões a criar uma estratégia baseada em insights.
Mas, por agora, 53% dos CFO estão preocupados com a função reactiva de finanças, ou que esses dados e processos de partilha de informação não estejam simplificados. Para além disso, 46% esperam continuar desta forma nos próximos dois anos.
Captar os dados essenciais é também uma preocupação. Dos executivos financeiros inquiridos, menos de metade estão a obter os principais benefícios potenciais da análise de dados:
• Criação de valor
• Melhoria da conformidade
• Identificação de futuros riscos e oportunidades
• Adopção mais ampla da tecnologia em toda a organização
• Maior conectividade de com outras áreas da organização
OS CFO E O FUTURO DO TALENTO EM FINANÇAS
Os CFO têm a rara oportunidade de fazer evoluir o seu papel organizacional e criar um novo caminho para o futuro talento na área financeira. Na medida em que as responsabilidades continuam a crescer, também as competências e o conhecimento dos CFO e potenciais colaboradores devem aumentar. Hoje, os CFO exigem equipas com uma ampla gama de competências, desde a visualização de dados a um pensamento flexível.
Até agora, os executivos seniores de finanças têm adquirido competências a um ritmo mais acelerado que o departamento no seu conjunto. Isto criou uma diferença de conhecimentos na hierarquia organizacional, que só está a aumentar com a velocidade da disrupção.
Não é a tecnologia, ou os dados, que está a limitar a velocidade da transformação na área das finanças – é a falta de pessoas que tenham as competências de análise de dados e tecnologia necessárias.
PREVISÃO DO FUTURO DE FINANÇAS
Os futuros executivos de finanças devem estar prontos para inovar e analisar, reconhecendo o quanto são importantes para a execução da estratégia. Também vão precisar de comunicar com a restante organização e trabalhar em conjunto para potenciar acções decorrentes dos insights dos dados. Isto vai exigir uma excelente capacidade para não só comunicar, mas também para colaborar.
Boas notícias: os CFO estão muito optimistas sobre o futuro do talento na área das finanças. Mais de 80% concordam que o trabalho no futuro será mais valorizado e relevante. Isto significa que os profissionais de finanças serão encorajados a desenvolver as suas próprias competências e terão um caminho claro para a progressão na carreira.
AS VOZES DE AMANHÃ
Os colaboradores são estimulados pelo que aí vem, fruto da transformação digital: automação de tarefas monótonas e repetitivas, conjuntos de dados mais ricos e oportunos, acesso a modelos analíticos sofisticados e implementação de ferramentas de visualização avançadas. Combinados, estes elementos tornam as finanças uma das áreas mais interessantes, e com maior valor acrescentado, para trabalhar numa organização.
Vão surgir muitas oportunidades para os colaboradores de finanças crescer e desenvolverem um conjunto de competências neste novo ambiente, onde as fronteiras entre finanças e os restantes departamentos da organização deixam de existir em prol da colaboração. À medida que as finanças se consolidam como a função que activamente desbloqueia o futuro, é provável que seja uma área onde muitos mais profissionais talentosos ambicionem trabalhar.
Artigo com base no estudo da Accenture Global “The CFO Reimagined From Driving Value to Building the Digital Enterprise”