Rússia está a preparar nova ofensiva em Zaporíjia com até 130 mil soldados, alerta Ucrânia
O exército russo poderá estar a planear uma nova ofensiva na cidade ucraniana de Zaporíjia, a cerca de 30 quilómetros da atual linha da frente, de acordo com informações divulgadas pela The Economist esta segunda-feira, citando fontes da inteligência ucraniana.
O relatório sugere que a operação russa poderá envolver até 130.000 soldados. No entanto, a exata data de um possível ataque permanece incerta, levantando dúvidas tanto entre analistas como entre membros das forças armadas ucranianas.
No entanto, coronel Oleksiy Khilchenko, comandante de uma brigada atualmente estacionada em Zaporíjia, afirmou ao The Economist que a Rússia não dispõe de tropas suficientes para lançar uma ofensiva nesta fase. Khilchenko atribuiu esta limitação ao impacto das operações ucranianas em regiões russas, como Kursk. Outro comandante ucraniano, que preferiu não ser identificado, corroborou a ideia de que as forças russas ainda não estão prontas para avançar, mas advertiu que, “quando estiverem, o primeiro golpe será o mais duro”.
Perante a ameaça de um ataque russo, as forças ucranianas estão a reforçar as defesas em torno de Zaporíjia. Segundo a publicação, estão a ser construídas novas fortificações, incluindo campos minados e obstáculos antitanque, numa tentativa de preparar a cidade para um possível confronto direto.
Zaporíjia é uma das quatro regiões ucranianas que Vladimir Putin declarou anexadas à Rússia em 30 de setembro de 2022, juntamente com Donetsk, Luhansk e Kherson. Apesar disso, Moscovo nunca exerceu controlo total sobre nenhuma dessas áreas.
Até meados de novembro de 2024, as forças russas mantinham o domínio de cerca de 78% do território combinado das quatro regiões, de acordo com relatórios militares. Esta situação reflete a complexidade do conflito, em que ambos os lados procuram ganhos estratégicos numa guerra que já se prolonga há mais de um ano e meio.
A eventual ofensiva em Zaporíjia, se confirmada, poderá marcar uma nova fase no conflito, reafirmando a importância estratégica da região, tanto para a Rússia como para a Ucrânia.