Depois dos EUA, agora o Japão: jackpot de minerais de terras raras descoberto no fundo do mar
Depois dos Estados Unidos, os investigadores japoneses parecem ter acertado na lotaria, depois de terem encontrado mais de 230 milhões de toneladas de materiais raros – é expectável que possa render à economia japonesa algo como 26 biliões de dólares.
Aquela que já é considerada a “corrida do ouro moderna” já rendeu aos EUA dois depósitos improváveis de materiais de terras raras – no Wyoming – que valem uma impressionante fortuna. Atualmente, cerca de 95% dos materiais de terras raras do mundo são provenientes da China, pelo que a descoberta de fontes tão significativas fora da região é um impulso significativo tanto para a economia quanto para a produção dos países anfitriões.
A razão pela qual esses materiais são tão valiosos é devido ao seu uso na produção de baterias de íons de lítio — especificamente em tecnologias como smartphones, carros híbridos e tecnologia espacial e militar.
Por isso, calcula-se a satisfação japonesa pela descoberta ao redor dos portos da ilha de Minami-Tori-shima, pois não só dá ao país um enorme impulso financeiro, mas também melhora a sua produção técnica. Os investigadores analisaram mais de 100 locais no fundo do mar, em profundidades até 5.200 metros, e encontraram um verdadeiro tesouro.
De acordo com a publicação ‘Nippon Foundation’, estima-se que a área pesquisada contenha um campo denso de 230 milhões de toneladas de “depósitos de manganês facilmente extraíveis”, espalhados por uma área de cerca de 10.000 quilómetros quadrados. Estão também incluídas 610 mil toneladas de cobalto e 740 mil toneladas de níquel — o suficiente para atender à procura do Japão por 75 e 11 anos, respetivamente. Atualmente, uma tonelada métrica de cobalto é vendida por cerca de 24 mil dólares, ao passo que a mesma quantidade de níquel renderia pouco mais de 15 mil dólares.
Feitas as contas, se o Japão vendesse toda a descoberta estimada, iria arrecadar pouco mais de 26 biliões de dólares: no entanto, Tóquio atualmente importa quase todos os seus minérios de terras raras. De acordo com os especialistas, estima-se que a procura por materiais como esse aumentará entre 400 e 600%, à medida que a tecnologia alimentada por bateria se tornará o foco principal, substituindo indústrias anteriormente movidas a gás e petróleo.
De acordo com Yasuhiro Kato, professor especializado em geologia de recursos na Universidade de Tóquio, o Japão planeia extrair cerca de três milhões de toneladas de materiais obtidos anualmente, enquanto a própria universidade fornecerá análises detalhadas dos recursos extraídos. Essa extração anual limitada também é essencial, pois minimiza o impacto no ambiente marinho, já que a busca por carvão em outras áreas oceânicas provou ser um risco destrutivo.