Transição energética tem de envolver “maior eficiência e acessibilidade dos preços”, defende Country Manager da BP Portugal
Sílvia Barata, Country Manager da BP Portugal, apresentou o estudo BP Energy Outlook 2024, “para ajudar a entender as dificuldades da transição energética, como está a evoluir – em dois cenários contrastantes – , e como as diferentes fontes de energia vão evoluir.
A gestora começou por introduzir que a transição energética não depende apenas das empresas. “todos somos responsáveis por quase tudo, perante todos”, assinalou.
Na apresentação do estudo da BP, Sílvia Barata comparou a trajetória da transição energética, mediante os compromissos do acordo de País, e o caminho para o ‘Net zero’ das emissões de carbono. “Não chegaremos lá na sua totalidade. O intervalo de incerteza entre os dois cenários é grande, ainda que na europa seja mais reduzido”, segundo explicou, também perante o investimento em energias renováveis já feito. “É fundamental compreender tendências e adaptar a estratégia e investimento”, considerou.
Entre as tendências, destacou o “atraso significativo na transição energética”, políticas e regulação a nível global, crescimento do consumo em países emergentes (que implica que os outros ‘compensem’ com energias ‘verdes’).
“Ao longo destes anos, o mundo viveu fases de adição de energia”, referiu, alertando que “vamos ter de passar para uma substituição de energia. É necessário que os sistemas tenham capacidade de suportar os investimento na área, em termos de licença, de rede”, continuou, apontando que o petróleo vai continuar a crescer nos próximos 10/15 anos, até que se entre em pleno na transição energética, também devido ao uso desta matéria prima para outras formas de energia.
A responsável da BP Portugal mostrou vários gráficos sobre consumo de eletricidade, petróleo, energia solar e eólica e gás natural, evidenciando tendências distintas mediante cada um dos cenários anteriormente considerados de transição energética.
Como acelerar a transição energética? “A forma mais efetiva de se poder descarbonizar, é através da descarbonização do sistema energético que a maior fatia de emissões vai ser reduzida”, apontou como caminho Sílvia Barata, contrariando a ideia de que seria nos transportes.
“É necessário que a transição venha com uma maior eficiência energética e acessibilidade dos preços da energia”, acrescentou a responsável da BP Portugal, também referindo o papel da tecnologia neste percurso, que ainda falha em termos de execução e de aplicação com o talento das pessoas.
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