Bancos portugueses entre os europeus com maior quebra da margem em 2025
Os bancos portugueses deverão estar entre os bancos europeus que, em 2025, mais sentirão a redução das receitas da margem financeira, segundo uma análise à banca europeia hoje divulgada pela agência de ‘rating’ DBRS.
Segundo a DBRS, em 2025, à medida que as taxas de juro diminuam terá impacto na margem financeira (a rubrica mais importante de receitas dos bancos, sendo a diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) o que será parcialmente compensado por maiores volumes de empréstimos.
A queda na margem financeira será maior nos bancos com mais empréstimos a taxa variável, pois foram também os que mais beneficiaram com o aumento dos juros, entre os quais Portugal.
Assim, a DBRS prevê que bancos de países como Portugal, Grécia e Irlanda sofrerão as maiores quedas na margem financeira em 2025, seguindo-se Espanha e Itália.
Ainda assim, apesar da redução, a DBRS diz que estes países manterão margens financeiras estruturalmente elevadas.
A análise da DBRS à banca europeia indica que os lucros dos bancos europeus continuarão fortes em 2025 ainda que devam diminuir face aos níveis excecionais de 2023 e 2024 (devido ao corte dos juros).
Quanto à qualidade dos ativos (sobretudo crédito), admite uma deterioração mas ligeira devido à dificuldade de empresas de alguns setores. Já as famílias beneficiarão do aumento dos salários e da redução dos juros, pelo que manterão a capacidade de pagar os empréstimos.
Quanto à consolidação do setor bancário, a DBRS afirma que poderá ganhar impulso dada a pressão sobre as receitas à medida que as taxas diminuem, mas acrescenta que fusões de bancos entre países serão a exceção e o mais comum continuará a ser parcerias e aquisições complementares.
Os cinco maiores bancos a operar em Portugal tiveram um lucro agregado de 3.915,70 milhões de euros entre janeiro e setembro, um aumento de 19% face ao mesmo período de 2023, segundo contas da Lusa.
Os resultados líquidos de Caixa Geral de Depósitos (CGD), Santander Totta, BCP, BPI e Novo Banco continuaram a ser impulsionados pela margem financeira – a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos – ainda que com menos impacto do que em 2023 devido à redução gradual das taxas de juro.