Canal de denúncia de violência sexual no jazz português recebe quase 80 queixas sobre 18 pessoas
Há 79 queixas, de 18 pessoas do meio musical, após a acusação de violação da DJ Liliana Cunha contra o pianista de jazz João Pedro Coelho, que abriu um canal de denúncia via email: os crimes, relatou o jornal ‘Público’, vão desde assédio sexual de menores à violação, passando por stalking (perseguição) e stealthing (a não utilização do preservativo sem consentimento). Destas, há queixas formalizadas no Ministério Público ou Polícia Judiciária contra três nomes.
A DJ Liliana Cunha, cujo nome artístico é Tágide, lançou a iniciativa, depois de ter acusado o pianista de violação e stealthing, alegadamente cometida em 2023. A sua divulgação nas redes sociais desencadeou uma vaga de queixas de jovens e mulheres: a lista é dominada por queixas contra João Pedro Coelho (50). O pianista negou ter cometido “factos, de cariz sexual”, salientando que a acusação é “falsidade” e reclamando a sua “total inocência”. Liliana Cunha apresentou queixa na PSP, sendo que o caso seguiu para o Ministério Público, apesar de já ter prescrito o prazo de denúncia de violação.
O segundo nome mais focado, com cinco acusações, é um dos professores afastados da escola do Hot Clube, no ano letivo 2021/22.
A esmagadora maioria dos casos diz respeito a assédio sexual, seguidos de violação e agressão sexual. Entre os nomes dados a conhecer pelas alegadas vítimas, há mais profissionais de outras expressões musicais, bem como do cinem e televisão: as pessoas que recorreram ao email, criado após as contas nas redes sociais de Liliana Cunha e outras mulheres, terem sido inundadas de mensagens, relataram também situações de abuso de poder.