“Tropas estão presas” em Kursk: Ucrânia precisa de uma nova estratégia, alerta especialista

A operação da Ucrânia em Kursk, em pleno território russo, foi bem-sucedida até o início de setembro, quando as Forças Armadas ucranianas expandiram o território controlado: no entanto, agora estão “presas”, reconheceu o ex-oficial do Serviço de Segurança da Ucrânia, Ivan Stupak, em declarações à televisão ucraniana ‘Suspilne’.

Lançada a 6 de agosto último, a operação no oblast de Kursk teve por objetivo conter a agressão russa e interromper as ofensivas planeadas: as tropas ucranianas avançaram até 35 quilómetros em território russo, capturando centenas de soldados e, de acordo com os relatos, infligindo mais de 20 mil baixas às forças russas. Apesar dos sucessos iniciais, o avanço ucraniano estagnou recentemente devido ao fortalecimento das defesas e reforços russos na zona.

“A operação foi realmente bem-sucedida quando expandimos a nossa área de influência naquela região. No seu pico, cobriu 900 quilómetros quadrados. Agora, são 611 quilómetros quadrados, de acordo com analistas da ‘DeepState’, mas, na realidade, não sabemos a área exata. Perdemos cerca de 30% do território que controlávamos anteriormente. O custo desta operação é muito alto”, observou Stupak, enfatizando que a Ucrânia está a sofrer perdas tanto de pessoal como de equipamento.

“Os analistas ocidentais estimam — e esses números podem ser questionados — que ao longo dos três meses dessa operação, a Ucrânia perdeu cerca de 300 peças de vários equipamentos, incluindo pickups, buggies, equipamentos pesados ​​e mais. Isso é aproximadamente 100 unidades perdidas por mês”, comentou Stupak.

A operação, indicou, foi muito bem-sucedida ao interromper os planos do Kremlin e demonstrar ao mundo a fraqueza da defesa da Rússia. “No entanto, agora nós estagnámos, estamos presos, e não vejo uma solução militar para essa operação seguir em frente. O momento é crucial. Quando as nossas tropas entraram, estavam no auge, e tínhamos maximizado todas as vantagens possíveis”, acreditou o analista.

Segundo Stupak, as forças ucranianas no sul e no leste relatam escassez de munição e equipamento pesado, já que a principal prioridade do comando ucraniano é Kursk, e equipamentos e armas estão a ser direcionados para lá. Stupak sublinhou que agora seria mais apropriado que as forças ucranianas se retirassem da região de Kursk.

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