Afinal, o que vão render os 120 milhões de euros gastos por Elon Musk na campanha de Trump? É isso que o multimilionário vai descobrir

Nenhum outro milionário teve tanto impacto na campanha presidencial de Donald Trump como Elon Musk. O CEO da Tesla e da SpaceX não só foi um dos principais aliados de Trump durante a corrida eleitoral, mas agora está prestes a descobrir se essa aliança trará benefícios duradouros ou se acabará por prejudicar a sua imagem.

Musk, cuja crescente influência política já se mostrou um fator de risco, garantiu a Trump um aliado de peso na Casa Branca, mas também foi sugerido para um papel oficial, com a missão de cortar os gastos do governo.

Trump não poupou elogios a Musk, destacando-o como um “supergénio” e sublinhando a importância de proteger tais talentos. O apoio de Musk é visto como um reflexo do aumento do otimismo no mercado, com as ações da Tesla a subir até 15% logo após a vitória de Trump, relata a ‘Bloomberg’.

Nos últimos meses, Musk tem-se destacado como o defensor mais agressivo de Trump, não apenas com palavras, mas com ações substanciais, como o financiamento de mais de 130 milhões de dólares (cerca de 120 milhões de euros) para apoiar candidatos republicanos. Ele também demonstrou o seu comprometimento com a causa ao voar no seu jato particular para acompanhar os resultados da eleição em Mar-a-Lago, a residência de Trump.

Musk, embora novo na política, ganhou notoriedade ao investir em Trump e nas suas ambições políticas. A sua contribuição financeira tem sido significativa, principalmente em estados chave como a Pensilvânia, onde a vitória de Trump foi essencial para reverter a derrota de 2020.

O magnata tem grandes interesses financeiros em jogo, com as suas empresas a terem contratos significativos com o governo dos EUA. A SpaceX, por exemplo, é uma parceira essencial da NASA e do Departamento de Defesa, enquanto a Tesla investe no desenvolvimento de carros autónomos, um setor altamente regulado.

Donald Trump tinha já anunciado que pretende implementar uma política de austeridade que prevê a redução de 2 biliões de dólares (1,85 biliões de euros) nas despesas governamentais, uma medida que, segundo especialistas, excede até o valor total que o Congresso americano destina anualmente para operações de várias agências federais, incluindo a defesa. O plano, que o ex-presidente já admitiu ser ambicioso, exigiria provavelmente cortes profundos em programas populares, como o Medicare, o Medicaid e benefícios para veteranos, áreas politicamente sensíveis e tradicionalmente protegidas pelo Congresso.

Neste sentido, Trump sugeriu que Elon Musk lideraria uma comissão dedicada a identificar ineficiências no governo para alcançar esses objetivos.

Embora o apoio de Musk tenha sido fundamental para a campanha de Trump, o verdadeiro teste será a relação entre os dois na administração. Musk já demonstrou ambições de usar o seu poder político para pressionar por uma rápida aprovação de veículos autónomos e outras tecnologias relacionadas com a sua empresa, algo que pode gerar tensões com outras partes do governo.

O multimilionário também continua a alimentar teorias da conspiração e desinformação sobre imigrantes, alinhando-se com Trump em diversos pontos. Contudo, a parceria entre ambos não está isenta de desafios, já que Trump, conhecido pelo seu temperamento instável, pode acabar por entrar em desacordo com Musk.

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