Comissária portuguesa indigitada promete trabalhar para mais capital e sanções fortes na UE

A comissária europeia nomeada por Portugal afirmou hoje que, se tiver aval parlamentar, trabalhará com vista a mobilizar mais fluxo de capital para a União Europeia (UE) ser mais competitiva, apertando ainda as sanções para combater o crime.

Falando numa audição no Parlamento Europeu, em Bruxelas, a indigitada para a pasta da dos Serviços Financeiros e União da Poupança e Investimento, Maria Luís Albuquerque, disse que esta tutela “deve ser considerada à luz do período” atual, no qual se verifica que a economia da UE “está a ficar para trás em termos de competitividade”.

“Sem ações decisivas, a UE vai perder capacidade” de competir, pelo que “irei fazer o melhor para termos fluxo de capital para a competitividade europeia”, vincou a antiga ministra portuguesa das Finanças.

Perante os eurodeputados, que vão decidir sobre a sua nomeação, Maria Luís Albuquerque garantiu ainda que, se for confirmada, irá “assegurar que as regras” se alinham com esses objetivos, nomeadamente no que toca no combate ao crime financeiro, como o branqueamento de capitais ou o financiamento do terrorismo, através de sanções.

“É essencial a aplicação das políticas de sanções. Temos que fazer com que as sanções da União Europeia sejam eficazes e que ponhamos fim às formas de as contornar”, adiantou.

Nomeada para a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e Investimento, Maria Luís Albuquerque é hoje ouvida em Bruxelas pela comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários, em conjunto com as comissões do Mercado Interno e a da Proteção dos Consumidores e das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos.

Esta audição parlamentar é um passo fundamental para a nomeação da antiga ministra das Finanças e ex-gestora de fundos ter aval dos eurodeputados para fazer parte do segundo executivo comunitário liderado por Ursula von der Leyen, após outras etapas, como a escolha do seu nome pelo Governo português, a atribuição da pasta pela presidente da instituição, a apresentação de uma declaração de interesses e o envio de respostas escritas a perguntas do Parlamento Europeu.

Incumbida por Ursula von der Leyen para desbloquear investimento na União Europeia, Maria Luís Albuquerque já desempenhou cargos públicos como os de ministra das Finanças no período da anterior crise financeira e de secretária de Estado do Tesouro, tendo depois passado pelo setor privado como diretora não executiva em empresas como a gestora de fundos europeia Arrow Global e o banco mundial Morgan Stanley.

Aos 57 anos, a antiga governante portuguesa é uma das 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% para mulheres e de 60% de homens) do próximo executivo comunitário de Von der Leyen, agora sujeito a aval parlamentar, que tem como principal missão a competitividade económica comunitária.

É necessária ‘luz verde’ de uma maioria de dois terços dos eurodeputados, sendo que a decisão final será anunciada a 21 de novembro pela Conferência de Presidentes da assembleia europeia (organismo que junta os líderes das bancadas parlamentares e a presidente da instituição, Roberta Metsola).

No dia 21 de novembro, o processo referente ao novo colégio de comissários europeus fica fechado, com a votação derradeira em plenário do Parlamento Europeu a ser realizada na cidade francesa de Estrasburgo na sessão do final deste mês (marcada para 25 a 28 de novembro).

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