OMS vai hoje retirar mais de 100 pacientes gravemente feridos da Faixa de Gaza. É a maior operação do género em mais de um ano
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que, esta quarta-feira, deverá conduzir uma evacuação médica de mais de 100 pacientes gravemente doentes e feridos na Faixa de Gaza, marcando o que será a maior operação deste tipo desde outubro de 2023.
“Amanhã [hoje], esperamos participar de uma grande retirada médica de mais de 100 pacientes,” declarou Rik Peeperkorn, chefe da OMS nos Territórios Palestinianos. Este grupo de 113 pessoas deverá ser transferido principalmente para os Emirados Árabes Unidos, enquanto uma parte dos pacientes será enviada para a Roménia, onde receberão cuidados especializados. Esta operação surge num esforço internacional para oferecer assistência médica a quem não encontra condições adequadas de tratamento em Gaza.
Segundo a OMS, os pacientes serão transportados de várias unidades de saúde na Faixa de Gaza para o Hospital Europeu, localizado na área de Khan Yunis, no sul do território. A saída da região ocorrerá através da passagem de Kerem Shalom, permitindo-lhes viajar para os destinos de tratamento.
Rik Peeperkorn, que falou numa videoconferência a partir de Gaza para jornalistas em Genebra, revelou que os pacientes incluídos nesta operação fazem parte de um grupo maior de cerca de 14 mil pessoas que aguardam transferência médica. Destes, metade encontra-se ferida em consequência de confrontos, enquanto os restantes sofrem de doenças graves, incluindo casos de cancro, que não podem ser tratados adequadamente devido às condições locais.
O conflito intensificado após o ataque do Hamas a Israel, no dia 7 de outubro, resultou em 1.206 mortes, segundo dados fornecidos pela AFP e baseados em informações oficiais israelitas. A retaliação de Israel na Faixa de Gaza elevou o número de mortes no território palestiniano para 43.391, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cujas informações são consideradas credíveis pela ONU.
A OMS e várias outras organizações têm alertado para a urgência em assegurar apoio médico e humanitário à população em Gaza, especialmente num contexto em que a infraestrutura de saúde enfrenta enormes limitações.