Pedro Nuno critica Montenegro por ainda não ter ido aos bairros e diz que já “é um padrão”
O líder do PS criticou hoje o primeiro-ministro por ainda não ter ido aos bairros na periferia de Lisboa onde nas últimas semanas houve desacatos, considerando já ser “um padrão” a ausência de Luís Montenegro no terreno com as pessoas.
“Em relação ao senhor primeiro-ministro já é um padrão porque também fui eu o primeiro a ir ao terreno a seguir aos incêndios. Quem governa o país não se pode furtar a estar presente no terreno com as pessoas”, respondeu Pedro Nuno Santos aos jornalistas no final de uma manhã de visitas ao Bairro do Zambujal, em Lisboa.
O secretário-geral do PS referiu que Luís Montenegro, quando foram os incêndios de setembro, só ter ido visitar as zonas afetadas depois da visita da comitiva socialista que liderou.
“Eu espero que o senhor primeiro-ministro visite vários dos bairros que nós temos no país”, defendeu.
Segundo Pedro Nuno Santos, quando os políticos ouvem e estão próximos das pessoas fazem melhor o seu trabalho.
“Quando nós a única coisa que fazemos é chamar as associações para se reunirem connosco num gabinete, nós não estamos a cuidar de ouvir as pessoas”, criticou.
O secretário-geral do PS está a visitar esta semana projetos comunitários nos bairros do Zambujal e da Cova da Moura, no concelho da Amadora, e em Caxias, Oeiras, e tem agendadas reuniões com os sindicatos da polícia.
Estas visitas do secretário-geral do PS decorrem depois de, na passada sexta-feira, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter estado no Bairro do Zambujal, na Amadora, onde visitou a esquadra da PSP e conversou com familiares de Odair Moniz, baleado mortalmente por um polícia na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura.
Esta visita, que não constava da agenda do chefe de Estado transmitida à comunicação social, foi divulgada posteriormente, através de uma nota na página da Presidência da República.
Na semana a seguir à morte de Odair Moniz registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.