Autoridades de Israel investigam fuga de informação que coloca em causa esforços de Netanyahu em recuperar reféns israelitas
A divulgação de documentos confidenciais de Gaza, que envolveu um conselheiro do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, colocou em causa os esforços de Israel em libertar os reféns detidos pelo Hamas – os documentos abalaram a política israelita e indignou as famílias de reféns, que têm vindo a pressionar por um acordo para garantir o regresso dos seus entes queridos para casa.
“Informações de inteligência confidenciais e sensíveis foram retiradas ilegalmente dos sistemas das IDF (Forças de Defesa de Israel)”, apontou a decisão do Tribunal de Magistrados de Rishon Le-Zion, este domingo, o que pode ter causado “graves danos à segurança do Estado e representado um risco para as fontes de informação”.
As suspeitas da divulgação dos documentos recaem sobre um porta-voz do círculo de Netanyahu e três membros do sistema de segurança. Os documentos foram publicados no jornal alemão ‘Bild’ e neles constava a estratégia negocial do grupo militante islâmico palestiniano Hamas.
Recorde-se que nesta altura os Estados Unidos, Qatar e Egito estão a mediar conversações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que deveriam incluir um acordo para libertar reféns detidos em Gaza. Mas as conversações falharam, com Israel e o Hamas a distribuir a culpa pelo resultado: no artigo em questão, correspondia em grande parte às alegações de Netanyahu contra o Hamas sobre o impasse.
Foi publicado dias depois de seis reféns israelitas terem sido encontrados executados num túnel do Hamas, no sul de Gaza: o seu assassinato provocou protestos em massa em Israel e indignou famílias de reféns, que acusaram Netanyahu de sabotar as negociações de cessar-fogo por razões políticas.
Este domingo, após a investigação do serviço de segurança interna Shin Bet, da polícia e dos militares, o tribunal ordenou a libertação de um suspeito, mantendo outros sob detenção preventiva, frisou a publicação israelita ‘Haaretz’.