Escolher a cidadania como quem escolhe um ginásio? Pode estar mais perto do que pensa
A possibilidade de escolher a sua cidadania como se escolhe um ginásio pode estar mais próxima do que se imagina, segundo Balaji Srinivasan, uma figura proeminente no universo das criptomoedas e ex-sócio da Andreessen Horowitz. Durante uma apresentação numa conferência em Amsterdão, Srinivasan provocou o público ao questionar se seria viável criar novos países por meio da tecnologia.
“Criamos novas empresas como a Google, novas comunidades como o Facebook e novas moedas como Bitcoin e Ethereum. Será que podemos criar novos países?” questionou Balaji, apresentando a ideia de um “Estado em Rede”, onde comunidades emergem na internet com interesses ou valores comuns e, eventualmente, se tornam entidades físicas com as suas próprias leis, revela a BBC.
Srinivasan argumentou que as startups poderiam substituir instituições tradicionais, incluindo países, num futuro não muito distante.
Contudo, a sua proposta não é isenta de controvérsias. Críticos apontam que a ideia do “Estado em Rede” poderia substituir líderes eleitos por diretores corporativos, levantando preocupações sobre a democracia e a representação popular. No entanto, defensores acreditam que esse conceito poderia oferecer uma alternativa a sistemas políticos dominados pela regulação.
A conferência apresentou exemplos concretos dessa visão, como a Cabin, uma “cidade em rede” que possui filiais nos EUA e em Portugal, e a Culdesac, uma comunidade dedicada ao trabalho remoto no Arizona. Além disso, projetos como a Próspera, uma “cidade privada” nas Honduras, já implementam elementos do que Srinivasan propõe, permitindo que as suas próprias leis coexistam com a legislação nacional.
O discurso de Balaji culminou com a apresentação de Dryden Brown, um jovem empreendedor que deseja construir uma nova cidade-estado governada pela tecnologia blockchain, onde os princípios de “vitalidade” e “virtude heróica” guiarão a nova sociedade.