“Defendo um reforço policial em toda a cidade”: Moedas quer mais PSP e mais PM em Lisboa após noite de carros incendiados em Benfica
Na sequência dos ataques incendiários que resultaram em cerca de dez viaturas queimadas na freguesia de Benfica, em Lisboa, durante a madrugada desta quarta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, apelou esta manhã à serenidade e sublinhou a importância da segurança e da tolerância na cidade. “Somos uma cidade aberta e essa cidade da tolerância deve manter-se”, afirmou o autarca, apelando “à serenidade de todos” os lisboetas. Moedas expressou ainda a sua solidariedade para com as vítimas destes incidentes, reforçando a necessidade de se manter a paz e a tranquilidade em Lisboa.
O episódio mais recente de violência urbana ocorreu na madrugada de hoje, com a PSP e os Sapadores Bombeiros a confirmarem que cerca de dez veículos foram incendiados em três diferentes locais da freguesia de Benfica. A PSP deteve um suspeito em flagrante delito cerca das 02:00 da manhã, uma ação que Moedas considera essencial, salientando a importância de uma resposta rápida e eficaz por parte das forças de segurança. “Estamos a falar de um crime público, e temos que serenar os ânimos”, defendeu o presidente da Câmara de Lisboa.
Moedas defende reforço policial e apela à “tolerância zero” contra a violência
Carlos Moedas tem vindo a alertar para a escassez de recursos policiais em Lisboa e voltou a reforçar o seu pedido ao Ministério da Administração Interna (MAI) para que disponibilize mais agentes da PSP na cidade. “Lisboa tem menos polícia, não pode ser assim”, declarou Moedas, defendendo que a cidade precisa de uma maior presença policial e que também a Polícia Municipal deve ter as suas competências reforçadas para responder melhor aos desafios de segurança.
O autarca frisou que a violência “não é o caminho” e que a resposta da cidade deve ser pautada pela “tolerância zero” face a atos de vandalismo e destruição de propriedade pública e privada. “Os lisboetas querem viver em paz, uma vivência que é importante para todos”, sublinhou. Com os recentes incidentes em Benfica e as tensões que se têm verificado na Área Metropolitana de Lisboa, Moedas acredita que o aumento da presença policial é crucial para assegurar a tranquilidade e a ordem na cidade.
O incêndio das viaturas em Benfica ocorre numa altura de grande tensão na Área Metropolitana de Lisboa. Nos últimos dias, têm sido registados vários incidentes e distúrbios na sequência da morte de Odair Moniz, que foi baleado por um agente da PSP no bairro da Cova da Moura, Amadora, no dia 21 de outubro. A morte do jovem desencadeou protestos e tumultos, principalmente durante a noite, em diferentes pontos da região.
Após o incidente, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e a própria PSP abriram inquéritos para investigar o caso, tendo o agente que disparou sido constituído arguido. Os acontecimentos intensificaram as exigências de segurança, com a população a manifestar receios em relação à falta de controlo e à escalada de violência.
Na madrugada de quarta-feira, em Benfica, os atos de vandalismo não se limitaram às viaturas incendiadas. No fim de semana anterior, além dos 11 veículos ligeiros e três motociclos incendiados, foram registados danos em edifícios, estabelecimentos comerciais, mobiliário urbano e caixotes do lixo, demonstrando um aumento na destruição de bens públicos e privados.
O presidente da Junta de Freguesia de Benfica confirmou que, entre os locais afetados, três carros foram incendiados na Estrada de Benfica, dois na Rua Barroso Lopes e um na Rua Julião Quintinha, próximo ao Centro Comercial Fonte Nova. Com o alastramento destes incidentes, Carlos Moedas defendeu que é urgente implementar medidas que garantam a segurança da população, frisando que “os lisboetas merecem viver com tranquilidade”.
Ao renovar o seu apelo ao MAI para que disponibilize mais agentes da PSP na cidade, o presidente da Câmara de Lisboa espera que o reforço do policiamento contribua para uma diminuição dos atos de vandalismo. A medida visa não só uma maior vigilância nas áreas mais vulneráveis, mas também a presença de agentes como um fator dissuasor para a violência urbana.
Para Moedas, uma cidade segura é uma prioridade, e o reforço policial é essencial para responder aos desafios que se colocam atualmente à população. “Temos que ter mais PSP e uma Polícia Municipal com competências reforçadas”, sublinhou, concluindo que Lisboa deve manter-se uma cidade de tolerância, onde todos possam viver em paz.