‘Buraco’ de 100 milhões de Euros na Santa Casa: Começam audições no Parlamento e Santana Lopes é o primeiro a ser ouvido

Pedro Santana Lopes, antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e ex-primeiro-ministro, será ouvido hoje na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a gestão financeira da instituição. A audição, marcada para esta terça-feira, ocorre logo após a votação final do Orçamento do Estado, sendo o primeiro passo numa investigação que procura esclarecer um alegado “buraco” financeiro de cerca de 100 milhões de euros.

A CPI pretende analisar as decisões e contas da Santa Casa ao longo de mais de uma década, começando pela gestão durante o Governo de Pedro Passos Coelho. Santana Lopes, que liderou a instituição entre 2011 e 2016, será a primeira figura central a depor, numa abordagem cronológica que incluirá ex-provedores, administradores e governantes relacionados com a supervisão da Santa Casa.

Entre os temas a abordar está o impacto das decisões tomadas na internacionalização do setor de jogos para o Brasil, um projeto amplamente criticado e descrito como um “desastre financeiro” nos últimos quatro anos.

A dimensão da CPI é notória, com 127 nomes previstos para audições, incluindo antigos ministros como Vieira da Silva, Pedro Mota Soares e Ana Mendes Godinho, além de membros da Mesa Administrativa da Santa Casa. Este número representa três vezes mais depoentes do que os ouvidos na comissão que investigou o caso das gémeas luso-brasileiras, o que reflete a relevância e complexidade da investigação.

Os deputados já requisitaram mais de 300 documentos relacionados com a gestão da Santa Casa nos últimos 13 anos. Estes registos, que incluem contratos e dados financeiros, serão cruciais para determinar “responsabilidades políticas, contratuais, legais e financeiras” associadas às decisões tomadas na instituição.






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