Atenção pais: Greve de não-docentes ameaça encerrar escolas esta sexta-feira (principalmente no pré-escolar e 1.º ciclo)

Com a greve dos trabalhadores da administração pública marcada para sexta-feira, 25 de outubro, organizada pela Frente Comum de Sindicatos, espera-se que o setor da educação seja fortemente impactado, especialmente nas escolas do pré-escolar e do 1.º ciclo. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), em declarações à Executive Digest, destacou que, apesar de uma divulgação limitada da greve, estes níveis de ensino poderão ser os mais atingidos pela paralisação.

Filinto Lima sublinhou que a greve, embora menos publicitada em comparação com outras paralisações recentes, pode ainda causar perturbações significativas em algumas escolas, sobretudo devido à escassez de funcionários não-docentes. “Esta greve tem sido pouco publicitada, mesmo pelos delegados sindicais que costumam ir às escolas… Penso que por esse motivo, não me parece que possamos ter uma greve com efeitos tão fortes como os que observámos há duas semanas”, referiu Lima.

Contudo, o presidente da ANDAEP fez um alerta importante: o pré-escolar e o 1.º ciclo são os níveis de ensino mais vulneráveis. “São escolas que têm poucos funcionários, muitas vezes faltando um ou dois, a escola não tem possibilidades de garantir segurança e tem de encerrar”, explicou.

Com a paralisação prevista, Filinto Lima aconselha os pais a estarem atentos e a contactarem as escolas logo nas primeiras horas da manhã. “Os pais devem estar mais atentos e contactar a escola logo da parte da manhã, para tentar perceber se o estabelecimento de ensino pode ou não fechar portas”, sugeriu, realçando que estas situações poderão ocorrer principalmente nas escolas do 1.º ciclo, onde a falta de funcionários afeta diretamente a capacidade de manter as portas abertas e garantir a segurança dos alunos.

“Esta greve vai manifestar-se mais, em efeitos, nas crianças do primeiro ciclo do que nos outros anos para a frente”, reforçou Lima, prevendo que, apesar de a greve poder não ter a magnitude das anteriores, o seu impacto poderá ser sentido de forma mais concentrada nestes níveis de ensino.

A greve está inserida num conjunto de ações reivindicativas da Frente Comum, que exige aumentos salariais para os trabalhadores da administração pública. Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, afirmou à Lusa que espera “milhares de trabalhadores em Lisboa”, adiantando que a adesão deverá ser elevada em setores como a educação, saúde e serviços de atendimento ao público, como a Segurança Social e as Finanças.

Além dos pré-avisos de greve emitidos, que cobrem todo o dia de sexta-feira para permitir a deslocação dos trabalhadores à manifestação em Lisboa, a Frente Comum exige um aumento salarial de, pelo menos, 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, a partir de janeiro de 2025. Também reivindica um aumento intercalar para repor o poder de compra perdido e o aumento do subsídio de alimentação para 10,50 euros.

A manifestação está marcada para as 15:00 horas na Praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, seguindo depois para a Assembleia da República, com o objetivo de exigir melhorias nas condições salariais e nas carreiras dos trabalhadores da administração pública.

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