Apenas 14% dos trabalhadores portugueses receberam formação em Inteligência Artificial
Apenas 14% dos colaboradores em Portugal receberam formação sobre a aplicação da IA no trabalho, um número que está abaixo da média global de 25%. O país encontra-se em desvantagem em relação a líderes como a China, a Suíça e a Bélgica, onde 41% dos colaboradores já foram formados nesta área.
Esta é a principal conclusão do estudo mais recente da Adecco, intitulado Workforce of the Future 2024, que evidencia que Portugal enfrenta desafios significativos na adaptação ao futuro do trabalho e à Inteligência Artificial (IA).
Adicionalmente, apenas 3% dos trabalhadores portugueses são considerados “preparados para o futuro”, o que significa que possuem as competências tecnológicas necessárias para prosperar num mercado cada vez mais automatizado. Este percentual contrasta com os 11% a nível global, evidenciando a necessidade urgente de as empresas portuguesas investirem no desenvolvimento de talento interno e em planos de formação contínua.
A falta de preparação tecnológica é acompanhada por um crescente receio em relação à segurança no emprego, com 93% dos colaboradores a expressarem preocupações sobre a sua posição no futuro. Este receio é reforçado pela rápida adoção da IA nas empresas.
“A preocupação com a segurança no emprego é compreensível, especialmente num contexto de transformação tecnológica acelerada. Em Portugal, temos uma percentagem bastante alta de colaboradores que estão receosos quanto ao seu futuro no mercado de trabalho, e esse receio aumenta à medida que a adoção da IA cresce nas empresas. Para enfrentar este desafio, é crucial que as organizações invistam em formação e no desenvolvimento de competências, criando um ambiente de trabalho seguro e adaptado às novas realidades”, afirma Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal.
O estudo também aponta setores como a indústria transformadora, transportes, mobilidade, aeroespacial e defesa como os que mais podem beneficiar da adoção da IA. A automação nestes setores promete melhorar a eficiência e competitividade, ao mesmo tempo que poderá criar novas oportunidades de emprego qualificado.
Contudo, os benefícios da IA não vêm sem desafios. Aproximadamente 48% dos colaboradores portugueses relataram ter experienciado burnout nos últimos 12 meses, uma taxa ligeiramente superior à média global de 40%. Este número eleva-se para 62% entre aqueles que expressam preocupações relacionadas com o impacto da IA, destacando a importância de priorizar o bem-estar mental dos colaboradores.
O estudo revela ainda que 85% dos trabalhadores em Portugal acreditam que as empresas devem capacitar os colaboradores para novas funções antes de procederem a contratações externas, superando a média global de 76%. Este dado ressalta a importância da mobilidade interna e da aprendizagem contínua nas organizações.
“Em Portugal, enfrentamos um momento crucial na preparação para o futuro do trabalho. O nosso estudo mostra que há uma urgência em capacitar os colaboradores para enfrentar os desafios da digitalização e da Inteligência Artificial. As empresas têm a responsabilidade de promover a formação contínua e criar um ambiente de trabalho onde os colaboradores se sintam apoiados e preparados para prosperar. Na Adecco, estamos comprometidos em apoiar esta transformação, fornecendo as ferramentas necessárias para um futuro mais inclusivo e eficiente”, conclui Alexandra Andrade.