Trabalhadores a recibos verdes praticamente duplicam em Portugal: recebem em média 541 euros por mês

Há cada vez mais trabalhadores independentes a fazer descontos para a Segurança Social: no ano passado, revelou esta terça-feira o ‘Jornal de Notícias’, ultrapassaram os 500 mil, um número que praticamente duplicou nos últimos 10 anos. Este crescimento deve-se, sobretudo, ao aparecimento de dezenas de milhares de motoristas TVDE e estafetas: ganham, em média, 541 euros mensais e foram os que tiveram o menor crescimento salarial.

Segundo os dados da proposta do Orçamento do Estado para 2025, entre 2013 e 2023, o número de trabalhadores independentes passou de 286 mil para 501 mil: nesta década, o maior aumento registou-se em 2019, o primeiro ano completo de implementação da lei que regularizou os motoristas TVDE – desde então, registaram-se mais de 70 mil motoristas, a maioria a recibos verdes. Os trabalhadores das plataformas digitais de entregas também justificam o aumento.

Já com uma subida menor, de 41,7%, estão os trabalhadores por conta de outrem, que continuam ainda assim a ser a categoria mais comum em Portugal: em 2023, eram mais de 4,4 milhões de pessoas.

“Só nas ordens profissionais temos 400 mil pessoas a trabalhar. Na área dos técnicos de saúde temos quase 200 mil. Nas artes e cultura temos variadíssimas dezenas de milhar. Depois temos as novas profissões no digital e só na área da imobiliária existem dezenas de milhares de profissionais que trabalham como freelancer”, referiu Orlando Monteiro da Silva, ex-bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas e atual presidente da Associação Nacional dos Profissionais Liberais (ANPL).

Entre as principais profissões dos trabalhadores independentes estão advogados, arquitetos, jornalistas, motoristas, consultores, contabilistas, profissionais de saúde e da cultura.

Por último, os dados da Segurança Social apontaram que os trabalhadores independentes foram os que tiveram o menor crescimento do salário na última década, com um aumento de apenas 10,6%, para 541,46 euros. Os membros dos órgãos estatutários foram os que tiveram a maior subida média, de 38,8%, para 1.728,68 euros.

Ler Mais



Comentários
Loading...