Número de óbitos fetais e de bebés até aos 28 dias praticamente duplica na região de Lisboa

O número de óbitos fetais e de bebés até aos 28 dias praticamente duplicou na região de Lisboa, salientou esta terça-feira o jornal ‘Público’: ao todo, no ano passado, foram 238 fetos que não sobreviveram ao primeiro mês de vida, o que representa uma subida de 106 casos face ao ano anterior.

Os números surgiram na mais recente monitorização da atividade dos 58 blocos de parto e serviços de neonatologia do continente, entre públicos, privados e do setor social, da responsabilidade da Entidade Reguladora da Saúde (ERS).

O aumento do número de óbitos pode decorrer de uma subida das gravidezes não acompanhadas, assim como as idades mais tardias das mulheres grávidas. Segundo Nuno Clode, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, “pode ter a ver com um aumento das gravidezes não vigiadas”, sustentou, salientando que quando uma gravidez é acompanhada, é possível antecipar malformações e eventual risco de prematuridade, conseguindo-se desta forma avançar com terapêuticas para minimizar estes problemas. “Agora, se há muitas gravidezes não vigiadas, arriscamo-nos a entregar à pediatria bebés muito mais frágeis”, precisou.

De acordo com dados da ERS, os privados continuam a fazer mais do dobro de cesarianas realizadas no Serviço Nacional de Saúde: mais de 54% das intervenções são programadas no privado, sendo que no público a maior parte resulta de situações urgentes: a percentagem de cesarianas efetuadas nos hospitais privados e do setor social continua a ser mais do dobro da taxa dos hospitais públicos, um padrão já conhecido que deixa Portugal com uma percentagem total de 38%, substancialmente acima do que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).




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