“Nervosismo eleitoral tem contribuído principalmente para o papel do dólar americano como um porto seguro”, explica a partner da Ebury Portugal

A tendência de valorização do dólar permanece em alta, sustentada por robustos indicadores económicos e pelas incertezas do mercado em relação à magnitude e cronograma dos próximos cortes da Reserva Federal norte-americana.

“Os relatórios económicos provenientes dos EUA continuam a surpreender positivamente e o nervosismo eleitoral tem contribuído principalmente para o papel do dólar americano como um porto seguro”, sublinha Joana Vieira, Partner da Ebury Portugal, à Executive Digest.

Apesar de a maioria das moedas do G10 tenha terminado a semana muito perto dos valores iniciais, as dos mercados emergentes caíram acentuadamente, com as moedas da América Latina a registar o pior desempenho perante o receio do aumento das probabilidades eleitorais de Trump.

“À medida que nos aproximamos das eleições nos EUA, as sondagens e as previsões do mercado desempenham um papel cada vez mais central nos mercados cambiais, tanto ou mais do que os principais relatórios económicos e decisões dos bancos centrais”, acrescenta a especialista.

Nesta semana, os únicos dados significativos a serem divulgados serão os índices PMI de atividade empresarial. Os mais relevantes, sem dúvida, serão os da zona euro, que no mês passado sinalizaram uma economia à beira da contração, sendo praticamente o único relatório de atividade importante publicado em tempo útil. Além disso, os investidores estarão atentos às previsões do mercado para avaliar se a recuperação recente de Trump se sustenta. Mantemos uma postura cética e reiteramos a nossa opinião de que as eleições presidenciais nos EUA continuam a ser uma incógnita.

De acordo com a Ebury, a negociação eleitoral nos EUA tornou-se agora bastante evidente, com os mercados a considerarem que uma vitória de Trump levaria a uma forte valorização do dólar, enquanto uma presidência de Harris resultaria em perdas modestas para a moeda. Atualmente, os movimentos cambiais estão mais influenciados pelas variações nas sondagens do que pelos dados de segundo plano divulgados na semana passada, embora estes últimos continuem a retratar uma economia robusta, longe de uma recessão.

Ler Mais



Comentários
Loading...