EUA anunciam ter eliminado principal comandante do Estado Islâmico em operação “de alta precisão” no Iraque

O Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) anunciou nesta sexta-feira, 18 de outubro, a morte de Shahadha Salí Bayari, conhecido como ‘Abu Issa’ e também apelidado de “o protetor de Kirkuk”, o principal comandante do Estado Islâmico no norte do Iraque. A operação ocorreu na passada segunda-feira, 14 de outubro, no nordeste do país, e envolveu um ataque aéreo de “artilharia de precisão”, segundo informações divulgadas pelas autoridades militares dos EUA.

Além de Bayari, mais três membros do grupo jihadista foram abatidos durante o ataque, numa manobra que teve como objetivo enfraquecer ainda mais as já reduzidas forças do Estado Islâmico no Iraque. Desde a derrota territorial da organização em 2019, o grupo viu-se limitado a pequenas células que operam de forma dispersa em várias regiões do país, sobretudo em áreas remotas. O CENTCOM salientou que não há registo de vítimas civis no ataque, e que a ação contou com o apoio de operativos da coligação internacional anti-Estado Islâmico, embora tenha sido conduzida maioritariamente pelas forças armadas iraquianas.

O ataque foi descrito como uma manobra de “alta precisão”, visando um dos alvos mais importantes da organização jihadista na região. Shahadha Salí Bayari era considerado uma figura-chave no comando do grupo no norte do Iraque e exercia o papel de “wali”, um termo árabe que se refere a um governador ou líder regional, neste caso, da província de Kirkuk, uma zona estrategicamente importante para o controlo de recursos e territórios.

Apesar de o Estado Islâmico ter perdido o controlo de vastas áreas do Iraque e da Síria em 2019, a organização continua a representar uma ameaça, mantendo a sua presença em células subterrâneas e realizando ataques esporádicos. Estas células operam principalmente em regiões montanhosas e áreas desertas, aproveitando-se da geografia local para dificultar as operações militares contra os seus membros.

O apoio da coligação internacional, liderada pelos EUA, continua a ser crucial na luta contra o Estado Islâmico. Embora as forças iraquianas assumam um papel cada vez mais destacado nas operações militares, os ataques aéreos e as operações de inteligência fornecidos pela coligação têm sido fundamentais para neutralizar alvos de alto valor, como foi o caso de Bayari.

O CENTCOM sublinha que a morte de Shahadha Salí Bayari representa um “golpe significativo” para as operações do Estado Islâmico na região de Kirkuk, enfraquecendo a capacidade de comando e coordenação do grupo. No entanto, as autoridades militares dos EUA e do Iraque mantêm a cautela, alertando que o grupo jihadista, apesar de desarticulado, continua a ser uma ameaça persistente. “Embora a morte de líderes importantes como Bayari seja uma vitória importante, o Estado Islâmico ainda tem capacidade para se reorganizar e realizar ataques”, afirmou um porta-voz militar.

Desde a sua ascensão em 2014, o Estado Islâmico controlou vastas áreas do Iraque e da Síria, impondo um regime de terror e brutalidade nas regiões sob o seu domínio. A sua derrota territorial, após anos de combates liderados por forças iraquianas, curdas e a coligação internacional, foi um marco crucial na guerra contra o terrorismo. No entanto, os especialistas alertam que a ideologia extremista e a estrutura descentralizada do grupo permitem que ele continue a existir, apesar das perdas territoriais e de líderes influentes como Bayari.

Este ataque, além de enfraquecer as capacidades do grupo no norte do Iraque, envia uma mensagem clara de que a coligação e as forças iraquianas permanecem atentas e comprometidas em desmantelar as células remanescentes do Estado Islâmico. A operação foi mais um exemplo de como as forças internacionais e locais continuam a cooperar estreitamente na luta contra o terrorismo, mesmo numa fase em que o Estado Islâmico já não detém o poder de outrora.

O bombardeio que resultou na morte de Bayari, segundo o CENTCOM, é parte de uma estratégia contínua de desmantelamento de redes jihadistas, numa altura em que o governo iraquiano procura consolidar a segurança nas regiões que anteriormente estiveram sob o controlo do Estado Islâmico.

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