Portugueses compram cada vez mais casas, mesmo com preços cada vez mais altos
O mercado residencial português mantém a trajetória de recuperação, com um aumento significativo no volume de transações e uma aceleração no crescimento dos preços das habitações, segundo
De acordo com os dados divulgados pela Confidencial Imobiliário relativos ao 3º trimestre de 2024, entre julho e setembro deste ano foram vendidas aproximadamente 38.050 habitações em Portugal, representando um crescimento de 6,7% face ao trimestre anterior e um aumento de 16,0% em comparação com o mesmo período do ano passado. Este é o segundo trimestre consecutivo de crescimento nas transações, consolidando a recuperação do setor após mais de dois anos de desaceleração, que teve início após o pico de vendas de 44.100 imóveis no final de 2021.
O mercado foi fortemente impactado pela subida das taxas de juro e da inflação, que limitaram a procura entre meados de 2022 e 2023. Durante esse período, as vendas registaram uma quebra acumulada de 18,8%, uma tendência que se manteve no primeiro trimestre deste ano. No entanto, a recuperação iniciou-se no 2º trimestre de 2024, com um aumento de 12,2% nas transações, agora consolidado no 3º trimestre.
O aumento da procura foi acompanhado por uma subida mais acentuada nos preços. No 3º trimestre de 2024, o preço das habitações subiu 2,5% face ao trimestre anterior, marcando a maior subida trimestral do último ano. Este crescimento intensificou-se sobretudo em agosto e setembro, com variações mensais de 0,9% e 1,4%, respetivamente.
Apesar desta aceleração, a variação homóloga dos preços ainda reflete um comportamento mais contido ao longo do ano. A taxa de crescimento homóloga foi de 8,3% no 3º trimestre, uma descida em relação aos 13,6% registados no mesmo período de 2023. No entanto, este valor representa uma ligeira recuperação face ao mínimo de 7,5% registado em julho, o valor mais baixo dos últimos três anos.
Em termos de preço por metro quadrado, o mercado registou uma média de 2.572€/m2 no 3º trimestre. O preço médio das casas usadas situou-se nos 2.344€/m2, enquanto nas habitações novas o valor atingiu os 3.967€/m2.
Ambos os segmentos registaram um aumento nas transações. A venda de habitação nova cresceu 8,1%, totalizando 4.700 unidades, enquanto o segmento de habitação usada aumentou 6,4%, com 33.350 imóveis vendidos.