Empresas cotadas estão entre as que mais evoluíram na representação feminina em cargos de gestão e liderança

As empresas cotadas e o setor público, que estão sujeitas a um regime de representação equilibrada entre géneros, apresentaram um avanço significativo na paridade de género. Atualmente, a presença feminina em cargos de decisão nas empresas cotadas é de 35%, superior à média do restante tecido empresarial, que apenas regista 30%.

De acordo com um estudo da Informa D&B, esta melhoria deve-se à legislação em vigor desde 2018, que resultou num aumento substancial da representação feminina nos conselhos de administração, agora ligeiramente acima da média europeia de 34%.

Em contraste, o setor privado demonstra uma estagnação preocupante na inclusão feminina. Enquanto 42% dos empregados nas empresas são mulheres, apenas 30% ocupam cargos de gestão e 27% de liderança. Para além disso, apenas 17% das direções gerais são compostas por mulheres.

O estudo revela ainda que as grandes empresas são as que apresentam maior desigualdade de género, com apenas 20% de mulheres em cargos de gestão, enquanto as microempresas mostram uma presença feminina de 33%. Notavelmente, empresas lideradas por mulheres demonstram ser mais inclusivas, com 78% a ter equipas de gestão mistas.

A disparidade entre a qualificação académica das mulheres e a sua representação em cargos de gestão é alarmante. Apesar de as mulheres representarem 59% da população ativa com ensino superior, a sua presença em posições de liderança e gestão continua a ser reduzida, refletindo um desfasamento entre formação e oportunidades no mercado de trabalho.

A participação feminina em cargos de gestão nas empresas poderá ser impulsionada pela implementação de quotas de género, segundo Teresa Cardoso de Menezes, Diretora-Geral da Informa D&B. A afirmação foi feita durante a 12ª Grande Conferência da Liderança Feminina, organizada pela Executiva, onde foi apresentado o 14º estudo da Informa D&B sobre a presença feminina nas empresas em Portugal.