Ucrânia quer convite para integrar NATO antes de Biden deixar a Casa Branca

A Ucrânia está a pedir um convite para se tornar membro da NATO antes de Joe Biden deixar a Casa Branca, sustentou esta quarta-feira Nataliia Galibarenko, embaixadora de Kiev na aliança militar, argumentando tratar-se de um legado adequado para o presidente americano.

“Acreditamos sinceramente que pode fazer parte do legado da atual administração americana”, salientou, numa entrevista na missão ucraniana na NATO, em frente à sede da aliança em Bruxelas.

As eleições presidenciais americanas, agendadas para o dia 5 de novembro, têm criado uma grande incerteza para a Ucrânia, uma vez que Washington tem sido o maior fornecedor de ajuda militar a Kiev na sua guerra contra a invasão russa.

Embora a vice-presidente democrata Kamala Harris tenha sinalizado o apoio contínuo à Ucrânia, não especificou no entanto o nível desse apoio. Já o ex-presidente republicano Donald Trump não deixou claro como iria lidar com a guerra, apesar das sucessivas garantias que colocaria um ponto final no conflito ainda antes de entrar na Casa Branca.

A presença na NATO faria com que a Ucrânia fizesse parte do pacto de defesa mútua da aliança militar liderada pelos EUA, o que significa que um ataque a um membro é considerado um ataque a todos, embora o processo de adesão possa levar anos de adaptação aos padrões da NATO.

Na entrevista, Galibarenko elaborou a justificação para a pressão de Kiev, argumentando que um convite eliminaria um grande pomo de discórdia entre Kiev e Moscovo: recorde-se que Vladimir Putin citou uma eventual adesão ucraniana à NATO para justificar a guerra – já Kiev insistiu que precisa de aderir à aliança para se proteger contra qualquer futura agressão russa.

“Se disseram que o convite está pronto, para a Federação Russa seria como um veredito final. E se assim for, não poderão aumentar as pressões sobre este tópico”, defendeu Galibarenko.

A NATO declarou que a Ucrânia vai juntar-se às suas fileiras e o seu caminho para a aliança é irreversível. Mas disse que Kiev não pode aderir enquanto estiver em guerra e recusou estabelecer um calendário para a adesão. A maioria dos membros da NATO, incluindo a sua potência predominante, os Estados Unidos, não demonstraram qualquer vontade de estender um convite de adesão à Ucrânia nesta fase.

Segundo Galibarenko, Kiev não está a pressionar para um lançamento imediato de negociações de adesão, mas um convite formal enviaria agora uma mensagem poderosa. “Quanto mais cedo melhor”, concluiu.

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