BCE pode “chocar” a Europa ao cortar as taxas de juro em meio ponto esta semana

O Banco Central Europeu (BCE) enfrenta um desafio económico crucial: evitar um regresso à deflação, considerado o cenário mais prejudicial para a zona euro. Um analista financeiro, que prefere não ser identificado, sugere que o BCE corte a taxa de depósito em 50 pontos-base, reduzindo-a para 3%, na reunião desta semana.

“A economia da zona euro já não pode depender de pequenos ajustes graduais das taxas de juro, uma vez que todos os indicadores económicos estão a sinalizar perigo”, alerta o especialista, em declarações à ‘Bloomberg’.

A invasão da Ucrânia pela Rússia e a consequente interrupção no fornecimento de gás natural continuam a impactar gravemente a economia europeia. Além disso, a desaceleração económica da China não tem ajudado.

A taxa de inflação na zona euro, que anteriormente levou a um ciclo de aumento de taxas para controlar os preços, está agora abaixo da meta de 2% estabelecida pelo BCE. Em setembro, a inflação composta para a Zona Euro caiu para 1,8%, com as quatro maiores economias – Alemanha, França, Itália e Espanha – a registarem uma desaceleração acentuada. Este contexto, segundo o especialista, justifica uma ação mais agressiva para estimular o crescimento económico e evitar que uma recessão profunda se instale.

Os últimos dados apontam para uma recessão iminente na Alemanha, um dos motores económicos da Europa. O Produto Interno Bruto (PIB) alemão tem apresentado quedas consecutivas, o que reforça a necessidade de uma ação rápida e decisiva por parte do BCE.

A França enfrenta dificuldades para controlar o seu défice orçamental, com a Fitch Ratings a colocar a sua classificação de crédito soberano em perspetiva negativa. Por outro lado, a Itália, que tem uma classificação de crédito mais baixa, também aguarda uma revisão das agências de rating.

Apesar destes sinais de alerta, o BCE ainda não se encontra numa situação de crise bancária, o que, segundo o analista, é uma “boa notícia”. No entanto, o corte agressivo das taxas é visto como essencial para evitar um cenário de recessão prolongada e deflação.

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