Eleições EUA: liderança de Kamala Harris nas sondagens está atrás das de Biden e Clinton na mesma altura

A menos de quatro semanas até o dia das eleições presidenciais nos Estados Unidos – e já com a votação antecipada a decorrer em alguns estados -, a liderança nas sondagens da vice-presidente Kamala Harris está atrás daquela que Joe Biden e Hillary Clinton tinham no mesmo ponto em 2020 e 2016, respetivamente.

De acordo com a média da ‘RealClearPolling’, citada pela revista ‘Newsweek’, Harris tem uma vantagem de 1,8 pontos sobre o ex-presidente Donald Trump – na mesma fase, Biden estava a liderar Trump por 10,3 pontos a 11 de outubro de 2020. Já Clinton, a indicada do Partido Democrata em 2016, estava à frente de Trump por seis pontos na mesma data em 2020.

A vitória de Trump em 2016 foi uma surpresa para os investigadores americanos, já que a maioria das sondagens mostrou Clinton à frente de Trump durante toda a campanha, embora tenha visto a vantagem diminuir em várias sondagens nas últimas semanas antes da eleição. Em 2016, Clinton obteve quase três milhões de votos a mais do que Trump, mas este venceu o Colégio Eleitoral e a presidência. Já Biden venceu o voto popular e o Colégio Eleitoral em 2020, mas Trump recebeu mais votos do que sugeriam as sondagens.

Desde então, muitos analistas têm ajustado os seus métodos “para corrigir a subcontagem de Trump”, explicou Cliff Young, presidente da Ipsos Polling, em setembro último, num processo conhecido como “ponderação”. De acordo com os especialistas, estas mudanças nas metodologias nas sondagens, após a eleição de 2016, pode ser a razão pela qual a liderança de Kamala Harris é menor. “A ponderação — que precisa ser feita de forma rigorosa nessas sondagens e exige julgamentos — está em constante evolução e é um alvo móvel”, referiu Grant Davis Reeher, professor de ciência política na Universidade de Syracuse.

“Portanto, a discrepância pode ser devido a uma diferença na ponderação, a fim de refletir o facto de que as pesquisas desde 2016 tendem a subestimar o apoio a Trump (devido a uma variedade de razões)”, lembrou. “Se a diferença não for devida somente à ponderação (e não há como saber isso com certeza, já que ainda não tivemos a votação), então isso pode sinalizar uma preocupação com a campanha de Harris.”

Recorde-se que Kamala Harris apagou a liderança de Donald Trump nas sondagens desde que entrou na corrida presidencial em julho último – as sondagens nacionais mais recentes têm dado à candidata democrata uma liderança estreita sobre o republicano, normalmente dentro da margem de erro. A disputa permanece acirrada, e o resultado final pode ser determinado por pequenas margens nos estados decisivos.

Há, no entanto, sondagens que mostram Trump a ganhar terreno nos estados indecisos: se Harris não conseguir levar os estados do “muro azul” da Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, isso tornará o seu caminho para a presidência muito mais difícil. A candidata democrata “está a sair-se melhor nas sondagens nacionais em comparação aos estados decisivos, o que me diz que está a acumular mais apoio em estados onde já tem probabilidade de vencer”, salientou Reeher. “Isso faz sentido, dada a natureza das mensagens e apelos centrais da campanha.”

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