Vale de Judeus: Cozinheira tenta furar segurança e introduzir telemóvel ilegal na cadeia

Uma cozinheira, funcionária de uma empresa contratada para fornecer refeições aos reclusos, foi surpreendida na prisão de Vale de Judeus ao tentar introduzir ilegalmente um telemóvel. O incidente ocorreu poucas semanas após a fuga de cinco detidos desta mesma instituição, a 7 de setembro, e reforça as preocupações com a segurança dentro dos estabelecimentos prisionais.

O caso deu-se na passada segunda-feira, logo após uma vigília organizada em apoio aos guardas prisionais que prestam serviço na cadeia de Vale de Judeus. A mulher chegou ao estabelecimento numa carrinha de entregas, encarregada de transportar alimentos e outros bens essenciais para o dia-a-dia dos reclusos. No entanto, ao descarregar a mercadoria, um dos guardas prisionais percebeu que a cozinheira tentava esconder um telemóvel debaixo de uma palete de leites de soja.

A intervenção rápida do guarda evitou que o dispositivo entrasse na prisão. O aparelho foi apreendido de imediato, e a ocorrência foi comunicada à direção do estabelecimento prisional. De acordo com as regras em vigor, este tipo de infração deverá resultar na proibição da entrada da cozinheira em quaisquer instalações prisionais no futuro.

Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional, confirmou o incidente ao Correio da Manhã, elogiando a atuação do guarda envolvido. “A rápida intervenção do guarda prisional que detetou a ação foi fundamental para impedir que o telemóvel chegasse às mãos dos reclusos”, declarou, sublinhando a importância de medidas de segurança rigorosas em prisões, particularmente após a recente evasão de cinco prisioneiros desta mesma cadeia.

A introdução de telemóveis em estabelecimentos prisionais é uma prática altamente controlada, uma vez que estes dispositivos podem ser utilizados para coordenar atividades ilícitas dentro e fora das prisões, incluindo tráfico de drogas ou outras atividades criminosas. A tentativa de entrada de um telemóvel ilegal em Vale de Judeus ocorre num momento em que a segurança do estabelecimento está sob um escrutínio intenso, especialmente após a fuga de setembro, que colocou em evidência várias falhas no sistema de vigilância e controlo dos reclusos.

Com a apreensão do telemóvel, a funcionária enfrentará consequências graves. Além de ser impedida de continuar a trabalhar em estabelecimentos prisionais, a mulher pode vir a ser alvo de investigações adicionais para apurar se já tinha realizado atos semelhantes no passado ou se estaria envolvida com reclusos numa tentativa de facilitar atividades ilegais dentro da prisão.

A cadeia de Vale de Judeus tem estado no centro das atenções desde a fuga dos cinco reclusos em setembro, o que levantou preocupações sobre a eficácia dos sistemas de segurança das prisões em Portugal. As falhas de segurança que permitiram a evasão de prisioneiros e, agora, a tentativa de introdução de um telemóvel, destacam a necessidade urgente de reforçar os mecanismos de controlo, tanto no que diz respeito aos prisioneiros como aos funcionários e prestadores de serviços que entram nos estabelecimentos prisionais.

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