Tabuleiro superior da nova ponte sobre o Douro será parecido com a ponte São João

O tabuleiro superior da nova ponte rodoferroviária sobre o Douro entre Porto e Gaia, hoje conhecida, terá “um alçado muito semelhante ao do tabuleiro da ponte de São João”, e o inferior será em estrutura metálica, consultou a Lusa.

A imagem da nova ponte rodoferroviária que servirá para unir a linha de alta velocidade entre o Porto e Vila Nova de Gaia (distrito do Porto) foi hoje apresentada em Lisboa, na cerimónia de adjudicação da primeira Parceria Público-Privada (PPP) para a alta velocidade Lisboa-Porto, ao consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Casais, Alves Ribeiro, Conduril e Construções Gabriel A.S. Couto).

De acordo com o relatório do júri do concurso público, a que a Lusa teve acesso, “o tabuleiro superior em viga caixão de betão armado” tem “um alçado muito semelhante ao do tabuleiro da ponte de São João, localizada imediatamente a jusante da ponte”.

Já o tabuleiro inferior, dedicado à circulação rodoviária, ciclável e pedonal, “foi projetado em estrutura metálica, permitindo a redução do seu peso e potenciando a transparência da leitura entre tabuleiros”.

O tabuleiro à cota superior, para a alta velocidade ferroviária, terá 1.181,5 metros de extensão, e o à cota baixa, rodoviária, ciclável e pedonal, terá 677,5 metros de extensão.

“O tabuleiro ferroviário, que cruza a totalidade do vale onde a ponte se insere, é suportado pela ponte principal, com um vão total de 885 metros, e por dois viadutos de acesso, um a sul (Viaduto de Mafamude) com 129,5 metros de extensão, e outro a norte (Viaduto de Campanhã), com 166,5 metros de comprimento”, refere o documento.

A unir os dois tabuleiros estarão “três torres em forma de ‘A’, que suportam o tabuleiro superior e suspendem o tabuleiro inferior”.

“Embora este tipo de torre em ‘A’ seja a solução mais utilizada em pontes atirantadas, não deixa de criar nos seus utilizadores uma sensação de grande porta de entrada/saída na cidade”, pode ler-se no documento.

Segundo o júri, “a solução da ponte proposta, embora se destaque das pontes já existentes sobre o rio Douro, integra-se perfeitamente no seu contexto”.

A nova ponte situa-se a “cerca de 200 a 300 metros a montante da ponte de São João”, e “invoca o princípio da similaridade”, dialogando ainda com a ponte do Freixo, a cerca de um quilómetro de distância.

“A solução adotada para a componente ferroviária da ponte – que é a mais marcante do ponto de vista visual, em pórtico de betão armado e de cor branca -, é a tipologia que melhor se enquadra na envolvente existente”, considerou o júri.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

Já a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).

No total, segundo o anterior governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.

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