Quase 23% dos alunos de seis universidades em Portugal possui doença mental

Um estudo coordenado pela Universidade de Évora (UÉ) concluiu que quase 23% dos estudantes inquiridos em seis universidades portuguesas foram diagnosticados com uma doença mental, metade deles após a pandemia de Covid-19, revelou hoje a academia alentejana.

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a UÉ realçou que o estudo, coordenado pela professora Lara Guedes de Pinho, “revelou dados preocupantes sobre a saúde mental dos estudantes do ensino superior”.

A investigação conduzida por Lara Guedes de Pinho, do Departamento de Enfermagem da UÉ e investigadora do Comprehensive Health Research Centre (CHRC) desta academia, envolveu recolhas de dados em 2022 e 2023, abrangendo um total de 2.136 estudantes universitários, de seis universidades portuguesas.

“Os resultados indicam uma prevalência preocupante de sintomas depressivos e ansiosos, com quase 23% [mais concretamente 22,9%] dos estudantes a referirem estar diagnosticados com uma doença mental”, disse a universidade.

E, destes alunos, “49,7% referem ter sido diagnosticados após a pandemia de Covid-19”, disse a UÉ, que divulga estes resultados na data em que se assinala o Dia Mundial da Saúde Mental.

saúde mental no desempenho académico e na vida pessoal, “31,5% relataram dificuldades significativas”.

O estudo também concluiu que “o sexo feminino e os estudantes de menor nível socioeconómico, especialmente aqueles que vivem deslocados de suas casas, são os mais afetados” por problemas de saúde mental.

Questionados sobre a quem recorreriam se necessitassem de ajuda, a maioria disse que conversaria com os amigos (75,4%), seguida de psicoterapia (40%), porém, somente 26,4% dos alunos recorreriam ao aconselhamento psicológico oferecido pela universidade.

Para Lara Guedes de Pinho, atendendo a estes dados, é “de extrema importância capacitar os pares para a primeira ajuda em saúde mental e para o encaminhamento para especialistas em caso de necessidade”.

A Universidade de Évora tem o seu próprio programa de saúde mental, designado Vagar(Mente), que “pretende monitorizar a saúde mental dos universitários anualmente e desenvolver programas que visam esta capacitação na academia”.

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