“Preconceituoso, discriminatório e misógino”: Portuguesa expulsa de avião nos EUA por estar a usar top curto

Teresa Araújo, ex-influencer portuguesa conhecida nas redes sociais como Teresa_aroundtheworld, pelas viagens que partilhava, viu-se envolvida numa situação inesperada nos Estados Unidos. Durante um voo da Spirit Airlines entre Los Angeles e Nova Orleães, foi expulsa por estar a usar um top curto, situação que a própria confessa nunca ter pensado que pudesse ocorrer num “país que considerava ser o da liberdade”. O caso foi denunciado nas redes sociais

Com 34 anos, Teresa Araújo vive há cinco anos nos EUA e trabalha atualmente numa empresa de software. Em declarações à CNN Portugal, revelou estar “estupefacta” com o sucedido. Segundo conta, tudo começou quando, já dentro do avião, foi abordada por um assistente de bordo masculino que lhe ordenou que vestisse um casaco. “Estava um calor insuportável”, recorda Teresa, explicando que voltou a retirar o casaco devido ao desconforto causado pelo calor. A situação escalou quando o assistente insistiu, afirmando que não repetiria o aviso.

Teresa perguntou se poderia verificar o dress code da companhia aérea, mas o assistente de bordo respondeu com uma ameaça: “Já vais ver o que vai acontecer!”. O avião, que já se encontrava na pista, voltou à porta de embarque para que Teresa e a sua amiga, também usando um top curto, abandonassem a aeronave. O assistente recusou-se a prosseguir o voo com as duas passageiras a bordo, e a tripulante responsável avisou que, se não saíssem, chamaria a polícia.

A portuguesa foi informada de que seria realocada noutro voo, mas, ao chegar ao aeroporto, foi-lhe dito que não teria direito a reembolso nem a novo bilhete. “Já estava a chorar”, admite Teresa, que acabou por desembolsar 1.000 dólares (cerca de 900 euros) para comprar um novo bilhete com a Delta Airlines. Teresa acrescenta que as autoridades policiais presentes no local concordaram que ela tinha razão e sugeriram que processasse a companhia aérea.

O caso ganhou notoriedade nas redes sociais, onde Teresa partilhou o incidente com os seus seguidores, descrevendo o comportamento do assistente de bordo como “preconceituoso, discriminatório e misógino”. Ela afirma que, durante o voo, nem ela nem a amiga fizeram qualquer comentário ofensivo, consumiram álcool ou causaram qualquer distúrbio, algo corroborado por outros passageiros que assistiram à situação. Teresa revelou ainda que pelo menos 16 passageiros avançaram com queixas contra a Spirit Airlines.

Teresa estava a caminho de Nova Orleães para celebrar o aniversário de uma amiga, e só decidiu comprar o bilhete com a Delta Airlines para não perder a celebração. “Nunca pensei que uma situação destas pudesse acontecer num aeroporto norte-americano”, comenta a ex-influencer, que já está a preparar uma queixa formal contra a Spirit Airlines.

Nas redes sociais, Teresa desabafou em inglês sobre o incidente: “Eu e a minha amiga tivemos uma experiência terrível no voo 387 de Los Angeles para Nova Orleães com a @spiritairlines. Fomos assediadas por um assistente de bordo masculino que nos disse para ‘nos cobrirmos’ porque estávamos a usar tops curtos. Toda a gente (incluindo a tripulação) concordou que não havia nada de errado com o que estávamos a usar e que tops curtos não são contra o código de vestuário da companhia”. Acrescentou ainda: “A supervisora disse-nos que seríamos reembarcadas num novo voo, mas quando saímos do avião, informaram-nos que não havia mais voos e recusaram-se a reembolsar o valor.”

Teresa também denunciou o incidente como uma ação de preconceito e machismo: “Este é um serviço chocante, que em 2024 estamos a ser expulsas de um avião porque um assistente de bordo masculino não gostou das nossas camisolas. Toda a gente no aeroporto concordou que isto foi um ato de preconceito, discriminação e misoginia.”

Com um processo contra a companhia aérea em preparação, Teresa promete seguir com ações legais, defendendo que o tratamento que recebeu foi inaceitável.

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