Rendibilidade das empresas sobe para 9,5% no 2.º trimestre face ao anterior

A rendibilidade das empresas aumentou ligeiramente, de 9,4% para 9,5%, no segundo trimestre deste ano face ao anterior, tendo a sua autonomia financeira continuado a aumentar para níveis recorde, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).

“No final do segundo trimestre de 2024, a rendibilidade das empresas ― medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo ― foi de 9,5% (valor igual ao observado no final do ano anterior)”, referem as “Estatísticas das empresas da central de balanços” do banco central.

Em cadeia, esta é a primeira subida na rendibilidade do ativo das empresas após duas quebras trimestrais consecutivas, nos últimos três meses de 2023 e no primeiro trimestre de 2024, que vieram interromper uma trajetória ascendente que durava desde o final de 2020.

Face ao final de 2023, a rendibilidade do ativo das empresas privadas manteve-se na generalidade dos setores de atividade, exceto na eletricidade, gás e água e na indústria: O primeiro registou um aumento de 0,4 pontos percentuais, devido ao acréscimo da produção de energia renovável e à redução dos custos de produção, enquanto na indústria a rendibilidade do ativo recuou 0,9 pontos percentuais.

Já a rendibilidade das empresas públicas aumentou 0,5 pontos percentuais em relação ao final de 2023, fixando-se em 7,3%.

No que se refere à autonomia financeira das empresas, medida pelo peso do capital próprio no total do ativo, foi de 44,4% no segundo trimestre de 2024, acima dos 43,9% do final de 2023, sobretudo devido à retenção de resultados do exercício de 2023 nos capitais próprios das empresas.

Em comparação com o final de 2023, a autonomia financeira das empresas privadas (44,6%) aumentou em todos os setores, com exceção da eletricidade, gás e água (-0,6 pontos percentuais) e das sedes sociais (-1,2 pontos percentuais).

Os setores de atividade que mais contribuíram para este aumento foram o comércio (+1,4 pontos percentuais) e os outros serviços (+1,0 pontos percentuais).

A autonomia financeira das pequenas e médias empresas (PME) subiu de 44,1% para 45,3%, enquanto a das grandes empresas diminuiu de 39,6% para 39,0%.

Já a autonomia financeira das empresas públicas manteve-se em 36,9%.

Relativamente ao peso dos financiamentos obtidos no total do ativo, nas empresas públicas diminuiu de 31,3% no final de 2023 para 31,1% no segundo trimestre deste ano, enquanto nas empresas privadas diminuiu para 27,3% (27,6% no final de 2023), devido, maioritariamente, à redução dos empréstimos contraídos junto do setor financeiro.

Por setor de atividade, o maior decréscimo verificou-se nos transportes e armazenagem (-2,7 pontos percentuais), devido à redução do financiamento junto de empresas do grupo.

Nas PME, o peso dos financiamentos obtidos no total do ativo diminuiu 0,6 pontos percentuais — de 27,1%, no final de 2023, para 26,5% — e, nas grandes empresas, caiu 0,2 pontos percentuais — de 27,9% para 27,7%.

Quanto ao custo dos financiamentos obtidos, aumentou de 4,5%, no final de 2023 para 4,9% no final do segundo trimestre deste ano.

Segundo o BdP, no primeiro semestre de 2024, as taxas praticadas nos empréstimos obtidos junto do setor financeiro continuaram acima das verificadas no mesmo período de 2023, apesar da redução recente das taxas de juro das novas operações.

Já a cobertura dos gastos de financiamento das empresas (medida de pressão financeira que quantifica o número de vezes que o EBITDA gerado pelas empresas é superior aos seus gastos de financiamento) reduziu-se de 7,5 para 6,9.

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