PM israelita diz que o mundo tem de escolher entre mapa de “paz e prosperidade” ou de “carnificina e caos”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso contundente esta sexta-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas, onde defendeu que Israel está “a lutar pela sobrevivência” e que continuará os seus ataques enquanto o Hezbollah, grupo militante libanês, mantiver a sua postura de confronto. “Israel quer a paz”, afirmou, mas reforçou que “não iremos parar enquanto o Hezbollah optar pela guerra”. Netanyahu sublinhou que o país está a enfrentar “inimigos selvagens que querem aniquilar-nos”, justificando a necessidade de defesa contra aquilo que descreveu como “assassinos”.

Netanyahu também aproveitou o momento para lançar uma advertência clara ao Irão, um dos principais aliados do Hezbollah. “Tenho uma mensagem para os tiranos iranianos: se nos atacarem, nós atacaremos”, afirmou, acrescentando que “não há lugar no Irão onde o braço longo de Israel não possa alcançar”. Este foi um recado direto aos líderes iranianos, dado o apoio que Teerão oferece a grupos como o Hezbollah e Hamas, e um reflexo da crescente tensão entre os dois países.

Nas últimas semanas, o conflito entre Israel e o Hezbollah tem-se intensificado, com ataques israelitas a atingirem líderes de topo do grupo no Líbano. Netanyahu mencionou que mais de 600 mortes já foram registadas no Líbano, em parte resultado da ofensiva militar israelita. “Estamos a vencer”, declarou o primeiro-ministro, referindo-se aos sucessos militares contra os grupos militantes. Durante o discurso, assegurou que mais de metade dos combatentes do Hamas já foram capturados ou mortos pelas Forças de Defesa de Israel, e que 90% do arsenal de foguetes do Hamas foi destruído.

Apesar de detalhar as ações militares de Israel, Netanyahu ofereceu poucas informações sobre quem poderia governar Gaza após a guerra, afirmando apenas que Israel rejeita qualquer papel futuro do Hamas e que está disposto a trabalhar com “parceiros regionais e locais” para garantir uma administração civil comprometida com a coexistência pacífica.

No seu discurso, Netanyahu voltou a exibir mapas, um recurso que já usou em outras ocasiões, para ilustrar o que chamou de “bênção” e “maldição” no Médio Oriente. A bênção, segundo o líder israelita, é uma aliança entre Israel e os seus parceiros árabes, criando uma ponte logística entre a Ásia e a Europa. Já a maldição, representada por outro mapa, ilustra o que Netanyahu descreveu como o “arco do terror”, que liga o Irão a vários países através de aliados e milícias na região.

O primeiro-ministro israelita defendeu que o mundo tem de escolher entre “a paz e prosperidade” ou a “carnificina e caos” patrocinados pelo Irão. O líder israelita apelou à comunidade internacional para que acabe com o que considera ser um “apaziguamento” das ambições nucleares do Irão, pedindo a imposição de sanções mais severas através do Conselho de Segurança da ONU.

Afirmando que o país enfrenta “inimigos selvagens que desejam aniquilar-nos”, o primeiro-ministro justificou a necessidade de se defender contra o que descreveu como “assassinos” e reiterou que o seu governo continuará a degradar as capacidades do Hezbollah até que “todos os nossos objetivos sejam atingidos”.

Netanyahu utilizou grande parte do seu discurso para criticar o Irão, o principal apoiador do Hezbollah, e fez um apelo à comunidade internacional para tomar uma decisão crucial: “O mundo precisa de decidir se apoia o plano do Irão de nos levar de volta a uma idade das trevas de terror e guerra”, disse. Dirigindo-se diretamente aos representantes presentes na Assembleia Geral, Netanyahu lançou um desafio: “Agora, tenho uma pergunta para vós. A vossa nação estará com Israel? Estará com a democracia e a paz? Ou estará com o Irão, uma ditadura brutal que submete o seu próprio povo e exporta o terrorismo pelo mundo? Nesta batalha entre o bem e o mal, não pode haver ambiguidade.”

Além disso, Netanyahu não poupou críticas à Organização das Nações Unidas, acusando-a de ser um “pântano de ódio antissemita” que precisa de ser “drenado”, linguagem que ecoa o discurso do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem Netanyahu tem demonstrado proximidade.

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