Marine le Pen vai hoje a tribunal acusada de desvio de fundos públicos: Parlamento Europeu estima perdas de 6,8 milhões de euros
Arranca esta segunda-feira o julgamento do caso dos assistentes parlamentares europeus do partido francês União Nacional (RN), que vai decorrer sem a presença de Jean-Marie Le Pen, figura histórica da extrema-direita, de 96 anos, devido ao seu estado de saúde.
O processo tem como alvo principal a sua filha, Marine Le Pen, figura de destaque da extrema-direita francesa, que acabou por ser acusada com outras 24 pessoas e o RN como pessoa coletiva, por suspeita de desvio de fundos europeus entre 2004 e 2016.
Os magistrados suspeitam que, entre 2004 e 2016, os representantes do RN colocaram em prática “de maneira concertada e deliberada” um “sistema de desvio” dos envelopes (21 mil euros por mês) atribuídos pela União Europeia (UE) a cada eurodeputado para pagar a assistentes parlamentares que trabalhavam total ou parcialmente para o partido.
A investigação teve início em março de 2015, quando o Parlamento Europeu anunciou que tinha remetido para o gabinete anti-fraude da UE possíveis irregularidades cometidas pela FN relativamente aos salários pagos aos assistentes parlamentares.
Em 2016, as investigações foram entregues a dois juízes de instrução financeira de Paris.
Marine Le Pen foi acusada em junho de 2017 de abuso de confiança e cumplicidade, acusações posteriormente reclassificadas como “desvio de fundos públicos”.
Em 2018, o Parlamento Europeu estimou as suas perdas em 6,8 milhões de euros nos anos de 2009 a 2017.