Pode a Internet deixar de funcionar? Rússia torna-se uma ameaça aos cabos submarinos… e Portugal é dos países mais vulneráveis

As autoridades dos EUA mostraram preocupação com o aumento da atividade russa em torno de cabos submarinos, essenciais para a comunicação global. Estes cabos de fibra ótica, responsáveis por cerca de 95% do tráfego de dados e voz no mundo, estão sob o risco de sabotagem, conforme alertam especialistas em segurança.

As inquietações surgem após uma declaração feita no ano passado por Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, que afirmou que a Rússia não teria restrições, nem mesmo morais, para destruir cabos de comunicação de nações consideradas inimigas. Este cenário coloca em evidência uma parte crucial da infraestrutura mundial, que, se alvo de um ataque em larga escala, poderia ter consequências catastróficas para a conectividade global, revela a ‘Euronews’.

Os EUA alertam para a vulnerabilidade dos cabos submarinos após os recentes ataques a infraestruturas semelhantes, como o ataque ao gasoduto Nord Stream em 2022 e os danos causados a três cabos submarinos no Mar Vermelho no início deste ano. Estes cabos percorrem cerca de 1,1 milhão de quilómetros debaixo de água, interligando países e continentes, e qualquer interrupção prolongada poderia resultar em apagões de internet, especialmente em regiões mais isoladas.

Especialistas apontam que, embora seja improvável um ataque coordenado de larga escala, a ameaça de sabotagem isolada continua a ser um risco significativo. Christian Bueger, professor da Universidade de Copenhaga, observa que operações de sabotagem podem ser relativamente simples e de baixo custo, tornando difícil identificar a origem dos danos. Além disso, a ausência de vigilância subaquática em vastas áreas oceânicas agrava o desafio de monitorizar a integridade destes cabos.

No contexto europeu, países como Irlanda, Malta, Chipre e os Açores, em Portugal, são considerados mais vulneráveis a interrupções de internet, devido à sua dependência de um número limitado de cabos submarinos.

A União Europeia já implementou medidas preventivas, incluindo a criação de um grupo de especialistas e o reforço da cooperação com a NATO, para proteger a infraestrutura crítica contra ameaças físicas e cibernéticas.

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