Rita Alarcão Júdice vai esta tarde ao Parlamento explicar fuga de cinco reclusos de Vale de Judeus

A ministra Rita Alarcão Júdice vai estar presente esta tarde, a partir das 14h30, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias: a audição da ministra da Justiça diz respeito à fuga de cinco reclusos do estabelecimento prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre.

Recorde-se que Rita Alarcão Júdice foi alvo de diversas críticas pelo seu silêncio após a fuga dos cinco criminosos do estabelecimento prisional – demorou três dias a reagir -, mas justificou a demora a dar explicações alegando “ser crucial dar espaço à investigação, não contribuindo para o ruído de fundo”.

A fuga de cinco reclusos do estabelecimento prisional de Vale de Judeus “é de uma gravidade extrema”, apontou na altura a ministra da Justiça. A fuga “resultou de uma cadeia sucessiva de erros e falhas muito graves, grosseiras, inaceitáveis que queremos irrepetíveis”, garantiu, salientando que a fuga foi orquestrada. “Não resultou do aproveitamento de uma distração, não foi uma fuga oportunista. Foi, como garantem os peritos de segurança, um plano preparado com tempo, com método e com ajuda de terceiros.”

A recuperação da confiança no sistema prisional “vai exigir a responsabilização a vários níveis e o reforço da fiscalização ao sistema prisional”.

Como consequência deste caso, a Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça irá “dar início urgente a uma auditoria aos sistemas de segurança de todos os 49 estabelecimentos prisionais do país”. O resultado será tornado público até ao final do ano. Será feita também uma auditoria de gestão ao sistema prisional, que avalie a organização e afetação de recursos da DGRSP e de todos os Estabelecimentos Prisionais do país. “Esta auditoria, necessariamente mais demorada, vai ajudar-nos na tomada de decisões para uma melhor utilização de recursos e para efetuarmos as mudanças que se imponham”, explicou.

Recorde-se que esta quinta-feira o ex-diretor da Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), numa audição realizada na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, considerou a fuga “muitíssimo grave” – Rui Abrunhosa Gonçalves afirmou ainda que os 33 guardas prisionais ao serviço eram o contingente habitual.

O ex-diretor da DGRSP, que apresentou a demissão na sequência deste caso, referiu que “nunca houve outra fuga em mais de 24 anos”. “Esta fuga tem a ver também com aquilo que os delinquentes fazem – verificar as atividades rotineiras”, considerou.

“O número de guardas que existiam era o número que estava mais do que estipulado para as funções. Há muito que já estava assim desde a reorganização dos turnos feita em 2017. Tirando esta fuga, nunca houve outra fuga em mais de 24 anos”, apontou.

Recorde-se que cinco reclusos fugiram no passado dia 7 do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

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