Volkswagen e sindicatos sentam-se hoje à mesa após ameaça de fecho de fábricas na Alemanha
A Volkswagen inicia esta quarta-feira as negociações com os sindicatos de trabalhadores das fábricas na Alemanha após a ameaça de encerramento: um folheto, distribuído antes do início das negociações coletivas, salientou as medidas de austeridade como um meio para voltar ao topo, avançou a agência ‘Reuters’.
A situação económica deteriorou-se mais uma vez de forma significativa e a Alemanha está a ficar para trás em termos de competitividade, salientou o panfleto, lembrando que todos os anos são vendidos menos dois milhões de veículos no mercado automóvel europeu do que antes da pandemia da Covid-19, sendo que há cada vez mais marcas automóveis à mesa. A VW, avançou, precisa de aumentar a produtividade, reduzir os custos da mão de obra e utilizar as fábricas de forma económica. “Se conseguirmos dominar as nossas tarefas agora, a Volkswagen terá um futuro forte”, referiu.
Recorde-se que a empresa automóvel rescindiu recentemente uma série de acordos coletivos, incluindo o acordo que existe há três décadas para salvaguardar os empregos locais, sendo que as negociações com o sindicato IG Metall terão início hoje. O responsável da VW, Oliver Blume, disse recentemente à televisão ‘ZDF’ que pretendia um acordo rápido sobre um pacote de poupança. “O nosso objetivo é elaborar um pacote este ano”, que cobriria todos os custos, desde o desenvolvimento até à produção e vendas.
O Governo alemão organizou na passada segunda-feira negociações de crise para apoiar a indústria automóvel do país, com a Volkswagen a pedir alegadamente subsídios para impulsionar a queda da procura de automóveis elétricos.
A principal indústria germânica está a enfrentar desafios em diversas frentes, desde os elevados custos de produção até uma transição conturbada para carros elétricos e o enfraquecimento da procura no mercado- chave, a China. Entre os mais atingidos está a Volkswagen, o maior fabricante de automóveis da Europa, que anunciou no início deste mês que precisava urgentemente de cortar custos e estava a considerar o encerramento de fábricas alemãs pela primeira vez nos seus 87 anos de história.
O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, afirmou na passada sexta-feira que pretende ajudar a Volkswagen a ultrapassar o período de redução de custos, ressalvando que “uma grande parte das tarefas tem de ser resolvida pela própria Volkswagen”, nomeadamente no que toca à estrutura e à viabilidade do negócio. “Os políticos podem ajudar [as empresas] ao melhorar o enquadramento e ao enviar os sinais certos ao mercado, o que inclui incentivar à produção de carros com motores elétricos”, acrescentou o responsável alemão.
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