“É inaceitável”: UE avisa Budapeste que não hesitará em tomar medidas se Orbán enviar migrantes ilegais para Bruxelas

A Comissão Europeia considera “inaceitável” que o Governo húngaro tenha sugerido que pagaria a viagem a Bruxelas dos migrantes em situação irregular e dos requerentes de asilo que cheguem à Hungria, salientando que não hesitará em tomar medidas se o Executivo de Viktor Orbán levar a cabo tal ameaça.

“Isso contraria os princípios da cooperação leal com os restantes Estados-membros e com as instituições da UE e é inaceitável”, atirou o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, em conferência de imprensa.

Anteriormente, a porta-voz comunitária para assuntos de imigração, Anitta Hipper, tinha igualmente apontado que o Executivo comunitário não hesitará em usar “todos os seus poderes” para “garantir que esta ação não se concretize”, reforçando que o Governo de Orbán deve abster-se de realizar a sua ameaça.

Na passada segunda-feira, o Governo belga acusou Budapeste de “instrumentalizar a migração” para a usar como uma ameaça e anunciou que pediu ao embaixador belga na UE que pedisse explicações ao embaixador húngaro.

“Como Estados-membros da UE, devemos trabalhar juntos para uma política de migração justa, humana e eficaz. A transferência unilateral de responsabilidades através deste tipo de ameaças prejudica a solidariedade e a cooperação dentro da UE”, afirmou, em comunicado.

Apesar de Budapeste já ter ameaçado no verão facilitar as viagens de migrantes irregulares para a capital europeia em sinal de protesto contra a UE, a tensão aumentou na passada segunda-feira depois de o ministro do Interior húngaro, Bence Tetvari, ter dado uma conferência de imprensa frente a uma dezena de autocarros preparado para a viagem “só de ida”.

“Se a UE quiser forçar a Hungria a permitir a entrada de migrantes ilegais que já detivemos milhões de vezes na fronteira, então daremos aos migrantes ilegais que o queiram um bilhete só de ida gratuito para Bruxelas”, revelou o responsável húngaro.

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