Acesso ao Ensino Superior: Instituições públicas abrem 49.963 vagas – veja aqui a lista por curso (e as médias de entradas)
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) anunciou os resultados da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior público para o ano letivo 2024-2025, destacando que foram colocados 49.963 novos estudantes, o que representa uma taxa de colocação de 85,7%. Este número assinala um aumento de dois pontos percentuais em comparação com o ano anterior, demonstrando uma maior correspondência entre a procura dos estudantes e a oferta das instituições de ensino.
Um dado relevante desta fase é que 56,1% dos estudantes foram colocados na sua primeira opção, e 87,8% conseguiram uma vaga numa das suas três primeiras escolhas, valores que representam os mais elevados dos últimos anos e que são vistos como indicadores de um sucesso académico futuro.
Aumento no Número de Estudantes em Cursos de Medicina e Educação Básica
O MECI também destacou um aumento significativo no número de estudantes colocados em cursos de medicina, com um total de 1.661 estudantes, o que representa o maior número de sempre. Este crescimento deve-se, em parte, ao aumento de vagas resultantes dos concursos especiais de ingresso em medicina para licenciados.
Outro ponto de destaque foi o aumento de 8% no número de estudantes colocados em licenciaturas em Educação Básica em comparação com o ano anterior, totalizando 997 estudantes. Nos últimos três anos, este número cresceu 56,3%, evidenciando um crescente interesse por estas formações.
Veja aqui a tabela de resultados das candidaturas a 1.ª fase
Inclusão e Apoios Sociais
O concurso deste ano mostrou um reforço na inclusão de estudantes em situações mais vulneráveis. Foram colocados 1.655 estudantes beneficiários do escalão A da ação social escolar, dos quais 1.178 foram integrados através de um contingente prioritário. No contingente prioritário para candidatos com deficiência, registou-se um aumento de 19,6%, com 214 estudantes colocados. Além disso, 402 estudantes emigrantes, seus familiares e lusodescendentes garantiram um lugar, um aumento de 10,4% face ao ano anterior.
No entanto, o número de estudantes colocados em instituições localizadas em regiões de menor procura e pressão demográfica diminuiu 2%, totalizando 12.868 estudantes. Algumas instituições do interior, como a Universidade dos Açores, Universidade da Madeira, e Institutos Politécnicos de Beja, Portalegre e Viana do Castelo, registaram aumentos no número de colocados.
Redução das Vagas Sobrantes e Expansão de Cursos em Áreas Prioritárias
Foram colocados 4.112 novos estudantes nos ciclos de estudo mais competitivos, representando uma diminuição de 19% face ao ano anterior. Nos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), orientados para o reforço da formação superior em áreas STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), foram colocados 8.040 estudantes, o que representa um aumento de 5,5% face ao ano anterior e uma ocupação de 90,2% das vagas disponíveis. Além disso, 7.735 estudantes foram colocados em cursos nas áreas de competências digitais.
No total, sobraram 4.966 vagas para a segunda fase do concurso, o menor número registado desde 1999.
Medidas para Melhoria do Início do Ano Letivo
As matrículas para os estudantes colocados na primeira fase realizam-se entre 26 e 29 de agosto, com o calendário de colocações a ser antecipado para garantir que todos os novos estudantes iniciem as aulas quase em simultâneo. Este ajuste visa evitar a perda de semanas de aulas para os estudantes colocados nas fases subsequentes.
O MECI também destacou a antecipação das decisões sobre requerimentos de bolsas de estudo para estudantes carenciados, com prioridade para os beneficiários de abono de família até ao 3.º escalão. As decisões sobre as bolsas +Superior, que apoiam a frequência do ensino superior em regiões com menor procura, serão igualmente antecipadas.
Reforço dos Apoios Sociais
Para o ano letivo 2024-2025, o Governo reforçou os apoios sociais, com o objetivo de ampliar o acesso ao ensino superior e adaptar os apoios financeiros às reais necessidades socioeconómicas dos estudantes. Esta medida visa promover o sucesso académico e reduzir o abandono escolar, com especial atenção aos trabalhadores-estudantes e estudantes deslocados, através do aumento do número de beneficiários de complementos de alojamento.