Operação Jaula: Polícia monta cerco a Barcelona para deter Puigdemont. Autoridades à caça de um Honda branco

A cidade de Barcelona foi colocada sob um cerco policial, numa operação massiva designada ‘Operação Jaula’, com o objetivo de capturar Carles Puigdemont, o líder separatista catalão que retornou hoje à cidade após quase sete anos de exílio. A sua chegada gerou um caos significativo, levando a confrontos intensos entre apoiantes e forças de segurança.

Carles Puigdemont, antigo presidente da Generalitat da Catalunha e figura central na declaração unilateral de independência da Catalunha em Outubro de 2017, regressou a Barcelona para fazer um discurso público. A sua presença atraiu uma multidão de mais de duas mil pessoas na praça próxima do parlamento catalão, organizada pelo seu partido, Juntos pela Catalunha (JxCat). Puigdemont falou brevemente aos seus apoiantes antes de desaparecer entre a multidão, rodeado por membros do partido e bandeiras independentistas.

A sua aparição foi rápida, e Puigdemont rapidamente se dispersou da praça, levando à ativação de um vasto dispositivo policial para a sua captura. A polícia catalã, Os Mossos d’Esquadra, lançou a Operação Jaula para localizar e deter Puigdemont, que, segundo fontes oficiais da rádio catalã RAC1, conseguiu escapar de Barcelona.

As forças de segurança estão agora à procura de um veículo Honda branco, avança o El País, do qual possuem o número de matrícula, e que se presume estar ligado ao transporte de Puigdemont. Controlos foram estabelecidos em toda a fronteira, especialmente nos pontos de passagem para a França, na tentativa de impedir a sua fuga para fora da Espanha.

O regresso de Puigdemont coincide com a sessão parlamentar destinada a votar a investidura de Salvador Illa, candidato socialista ao cargo de presidente da Generalitat. Puigdemont, que não escondeu o risco de ser detido ao retornar a Espanha, já enfrenta um mandado de detenção ativo e continua a ser procurado pelas autoridades espanholas.

Os confrontos entre manifestantes e polícia escalonaram rapidamente. Em várias áreas de Barcelona, a polícia utilizou gás lacrimogéneo e aplicou força para controlar a situação. Relatos indicam que membros da multidão foram atingidos por balas de borracha e reprimidos com violência. A situação gerou uma tensão elevada na cidade e levou a uma série de detenções e ferimentos entre os participantes e as forças policiais.

O futuro imediato de Puigdemont é incerto, e a sua localização permanece desconhecida após o seu desaparecimento entre os apoiantes. A busca intensiva continua, com as autoridades espanholas e catalãs a mobilizarem todos os recursos disponíveis para a sua captura.

Puigdemont, que protagonizou a declaração unilateral de independência da Catalunha de 2017, tinha anunciado na quarta-feira que pretendia estar hoje no parlamento regional, de que faz parte, por ter sido eleito deputado nas eleições regionais de 12 de maio.

No entanto, nunca chegou ao local de acesso ao perímetro do parlamento regional, que estava controlado pela polícia e onde hoje decorre o plenário de investidura do socialista Salvador Illa como novo presidente do governo catalão, na sequência das eleições autonómicas de maio.

Puigdemont admitiu que arrisca ser detido neste regresso hoje a Espanha e considerou que a sua detenção seria “arbitrária e ilegal”, por estar já em vigor a lei de amnistia para separatistas da região.

O Tribunal Supremo espanhol recusou, num primeiro parecer, aplicar a amnistia a Puigdemont, que apresentou recurso desta decisão e aguarda uma resposta.

 

*Com Lusa

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