4,1 milhões. Puigdemont pede ajuda para pagar custos do referendo
O ex-presidente da ‘Generalitat de Catalunya’, Carles Puigdemont, recorreu esta terça-feira às redes sociais para pedir ajuda financeira aos catalães, depois de se ver obrigado a pagar o referendo sobre a independência, proibido pelo Governo espanhol.
El Tribunal de Cuentas ens demana una fiança de 4,1 milions d’euros als qui vam fer possible el Referèndum de l’1Oct. Tenim 15 dies per evitar que ens embarguin els nostres béns.
Si vas votar l’1 d’Octubre, et necessitem. https://t.co/pzvcHQfGRN
— Carles Puigdemont (@KRLS) January 28, 2020
As autoridades espanholas exigem a 20 líderes independentistas que paguem aos cofres do Estado os 4,1 milhões de euros usados para organizar a consulta popular.
A 1 de Outubro de 2017, recorde-se, o governo regional liderado por Puigdemont organizou um referendo, declarado ilegal pela justiça espanhola. Seguiu-se uma declaração de independência e mais tarde, a fuga de Puigdemont para a Bélgica, enquanto outros líderes independentistas de altas posições acabaram por ser presos.
Puigdemont, que agora é membro do Parlamento Europeu e continua exilado na Bélgica, disse que o Tribunal de Contas de Espanha concedeu aos líderes independentistas um período de 15 dias para pagar o montante em causa, caso contrário as suas propriedades serão apreendidas.
O Tribunal de Contas, que supervisiona as despesas dos partidos políticos espanhóis e do sector público, confirmou o valor da fiança, que é uma estimativa provisória das despesas públicas causadas pelo referendo, incluindo dinheiro para sites, publicidade e convites aos parlamentares europeus e observadores internacionais.
O pedido de Puigdemont chega num momento mais delicado, em que Madrid e Barcelona fazem planos sobre o futuro da Catalunha.
Na manhã desta terça-feira, seis líderes independentistas que tinham sido presos, saíram brevemente para testemunhar num parlamento catalão cercado pela polícia, onde foram recebidos por centenas de apoiantes que gritavam «Independência” e “Liberdade para os presos políticos», avança a Reuters.
Esta é a primeira vez que são «libertados» desde que foram condenados em Outubro. Um deles, o ex-vice-presidente catalão Oriol Junqueras, disse durante uma comissão de inquérito que esperava que a região votasse novamente na independência.
«Um referendo é normal e queremos realizá-lo novamente. E faremos isso.», afirma Junqueras, acrescentando que «nós não temos medo. Nunca tivemos e agora muito menos». Diz também que os planos de negociações entre o governo espanhol e o governo de independência da Catalunha estão um «passo à frente», embora ele duvide do seu sucesso.
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, vai reunir-se com o presidente da ‘Generalitat de Catalunya’, Quim Torra, a 6 de Fevereiro. A porta-voz do governo espanhol, María Jesús Montero, garantiu que o agendamento da reunião nada teve a ver com o que se passou na segunda-feira no parlamento da Catalunha e diz que é um fruto da negociação entre equipas dos dois governos.