Zelensky revela condição para que a Ucrânia desista do seu território

Em entrevista aos media franceses, o presidente ucraniano indicou, no entanto, que tal movimento “não é a melhor opção porque estamos a lidar com Putin e será uma vitória para ele se tomar parte do nosso território”

Francisco Laranjeira
Agosto 1, 2024
11:53

Volodymyr Zelensky salientou que quaisquer concessões territoriais para acabar com a guerra iniciada por Vladimir Putin exigiriam o apoio de um referendo na Ucrânia. Em entrevista aos media franceses, o presidente ucraniano indicou, no entanto, que tal movimento “não é a melhor opção porque estamos a lidar com Putin e será uma vitória para ele se tomar parte do nosso território”.

“A Ucrânia nunca abrirá mão dos seus territórios porque isso seria um ataque à Constituição”, referiu, acrescentando que qualquer movimento desse tipo “é uma questão muito, muito difícil” – as decisões sobre a integridade territorial ucraniana não podem ser tomadas pelo presidente, mas pelo povo ucraniano, salientou Zelensky, em entrevista às publicações francesas ‘Le Monde’, ‘AFP’ e ‘L’Equipe’ publicada esta quarta-feira.

“Isso vai contra a Constituição da Ucrânia”, apontou, “aqueles no poder não têm o direito oficial de abrir mão de seus territórios”. Para que isso aconteça, “o povo ucraniano tem de querer”, acrescentou, sem descartar um referendo sobre o assunto.

Segundo Zelensky, em entrevista à ‘BBC’, se Moscovo estivesse pronta para discutir um plano para acabar com a guerra “de acordo com a Carta da ONU, então estaríamos prontos para conversar”, referiu, salientando que os representantes russos devem comparecer a uma segunda cimeira em novembro para apresentar um plano de paz baseado na fórmula de paz de Zelensky, anunciada pela primeira vez em novembro de 2022, que inclui a retirada de todas as tropas russas do território ucraniano.

O Kremlin rejeitou repetidamente os esforços de paz da Ucrânia e a sua fórmula de 10 pontos. Antes da primeira cimeira de paz em junho último – que Moscovo não participou -, Putin destacou que a Ucrânia deveria retirar-se totalmente dos quatro oblasts parcialmente ocupados por Moscovo, o que foi categoricamente rejeitado por Kiev.

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