Ideias que mudam o mundo – Step(1) Housing

Por: Fast company

Para resolver o problema dos sem-abrigo é preciso mais do que apenas casas. Ao longo do percurso até uma habitação estável, as pessoas sem-abrigo precisam frequentemente de uma mistura de serviços sociais, cuidados de saúde, formação profissional e o simples poder de um local provisório para fazerem a transição da vida nas ruas. Um novo tipo
de projecto de habitação de apoio, construído com uma abordagem de design inovadora e replicável, combina estes serviços todos num só local.
O Step(1) Housing, vencedor do prémio Ideias Que Mudam o Mundo da Fast Company para arquitectura, é um campus para 260 pessoas, com habitações e serviços, que tira partido da rapidez da construção modular sem sacrificar o conforto dos residentes.
Construído para o Condado de San Mateo, na área da Baía de São Francisco, o complexo combina habitação segura e privada, serviços sociais, formação profissional e, mais importante, espaços comuns e exteriores que podem atenuar o isolamento dos sem-abrigo. O condado refere-se a esta instalação como um sistema provisório de habitação de apoio, onde os residentes permanecem normalmente entre três e seis meses enquanto fazem a transição para uma habitação permanente.  

O campus foi concebido pelo Office of Charles F. Bloszies, uma empresa de arquitectura sediada em São Francisco, e está disposto no formato de uma mão aberta. Os edifícios residenciais estão espalhados como dedos, com áreas comuns entre eles e um local de encontro semelhante a uma praça na palma da mão. As unidades habitacionais são quartos individuais, muitos deles com casa de banho privativa. Com até três andares de altura, estão mais próximas de edifícios de apartamentos convencionais do que dos típicos abrigos utilizados em locais com situações extremas de sem-abrigo.
«Muitas das casas minúsculas que se vêem são estes barracões pré-fabricados. Parecem um acampamento, apenas um pouco mais limpo. Continuam a ter o estigma de serem algo que não é uma habitação normal, e foi isso que tentámos evitar com este conceito», explica Charles F. Bloszies. «A ideia era fazer com que parecessem um verdadeiro edifício e não uma colecção de módulos.»
As unidades modulares são todas construídas numa fábrica e montadas no local. No total, o projecto demorou apenas cerca de seis meses a ser construído. Charles F. Bloszies afirma que as unidades são suficientemente robustas para serem reconfiguradas e ampliadas, ou desmontadas e recolocadas noutro local. No interior, as unidades são compactas, mas concebidas com precisão, e estão todas segundo a Lei dos Americanos com Deficiência. Bloszies compara-as a camarotes de navios.

As habitações foram também concebidas para promover a interacção fora das paredes de cada unidade. Os espaços sociais ligam o campus e incentivam os residentes a procurarem os serviços e a formação aí disponíveis. Charles F. Bloszies considera que a abordagem é simples e que se esforça por tornar a transição da situação de sem-abrigo suave e bem-sucedida. «Queríamos que fosse inovadora, mas não experimental», afirma.
Um segundo projecto já foi construído e outros dois estão actualmente em construção. «A ideia está a ganhar alguma força», nota Charles F. Bloszies. «Acredito que pode funcionar em qualquer lugar.»






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