Guerra, doping, posições políticas: quantos países já foram proibidos de participar nos Jogos Olímpicos?

Quando a seleção nacional de futebol de Israel entrou em campo para a partida de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, esta quinta-feira, o seu hino nacional foi recebido com vaias por vários setores das bancadas: ecoaram ainda gritos de “Palestina Livre”.

Os 88 atletas de Israel estão entre os mais de 10.500 desportistas de cerca de 200 países que vão participar nas Olimpíadas, que começam formalmente com a cerimónia de abertura esta sexta-feira. Em Paris, os atletas israelitas vão receber proteção 24 horas por dia de uma unidade de elite especializada da polícia francesa, além das suas próprias medidas de segurança aprimoradas.

A participação de Israel nos JO provocou críticas aos organizadores, que têm um longo histórico de banir nações consideradas como envolvidas em atos que contrariam o espírito dos Jogos Olímpicos: para a edição deste ano, há dois países que estão proibidos de participar: Rússia e Bielorrússia, devido à guerra na Ucrânia.

Aqueles que exigem a proibição dizem que Israel, que foi acusado de genocídio pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, deve enfrentar as consequências de suas ações.

Que países já foram banidos dos Jogos Olímpicos?

A primeira proibição ocorreu nas Olimpíadas de 1920, realizadas em Antuérpia (Bélgica), onde Alemanha, Áustria, Hungria, Bulgária e Turquia foram banidas devido ao seu papel e envolvimento na I Guerra Mundial.

A Alemanha também foi banida dos JO de 1924 em Paris, como uma extensão da proibição anterior e das ramificações da I Guerra Mundial.

As Olimpíadas de Verão de 1948, realizadas em Londres, tiveram a Alemanha e o Japão banidos como consequência de seu papel na II Guerra Mundial e da devastação que ela causou.

A África do Sul foi banida dos Jogos Olímpicos de 1964 a 1992 devido à segregação racial resultante do regime do apartheid.

Em 1972, o Zimbábue, então conhecido como Rodésia, foi banido dos JO de Munique devido à pressão internacional e aos protestos contra as políticas de segregação racial do país.

Em 2000, o Afeganistão foi banido dos jogos de Sydney devido à posição dos taliban sobre as mulheres. Este ano, embora com os taliban de volta ao poder em Cabul, os atletas afegãos vão competir – mas não sob a bandeira dos taliban mas antes com a bandeira vermelha, verde e preta da República Islâmica do Afeganistão.

O Kuwait foi suspenso pelo Comité Olímpico Internacional em outubro de 2015 devido à interferência do Governo no comité olímpico do país – dessa forma, os atletas kuwaitianos participaram no JO do Rio de Janeiro de 2016 como atletas olímpicos independentes sob a bandeira olímpica.

Durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim de 2022, a Coreia do Norte foi banida devido à sua decisão de se retirar das Olimpíadas de Tóquio de 2020, alegando preocupações com a Covid-19, o que violou a Carta Olímpica.

Apesar de não terem sido banidos completamente das Olimpíadas de 2016, muitos atletas russos foram impedidos de competir no Rio devido ao doping patrocinado pelo Estado. Isso também continuou nas Olimpíadas de inverno de 2018 e nas Olimpíadas de verão de Tóquio de 2020.

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