UE dá primeiros 1,5 mil milhões à Ucrânia provenientes de bens russos congelados
A União Europeia transferiu hoje os primeiros 1,5 mil milhões de euros para defesa e reconstrução da Ucrânia suportados por lucros com bens russos congelados, anunciou a Comissão, vincando “não existir melhor utilização” das verbas.
“A União Europeia [UE] está ao lado da Ucrânia. Transferimos hoje 1,5 mil milhões de euros de receitas provenientes de ativos russos imobilizados para a defesa e a reconstrução da Ucrânia”, anunciou a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
The EU stands with Ukraine.
Today we transfer €1.5 billion in proceeds from immobilised Russian assets to the defence and reconstruction of Ukraine.
There is no better symbol or use for the Kremlin’s money than to make Ukraine and all of Europe a safer place to live. pic.twitter.com/keDyf9Dzzd
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) July 26, 2024
“Não há melhor símbolo nem melhor utilização para o dinheiro do Kremlin [regime russo] do que fazer da Ucrânia e de toda a Europa um lugar mais seguro para viver”, adiantou a responsável.
A UE enviou então hoje o primeiro pagamento de 1,5 mil milhões de euros gerados a partir de ativos russos imobilizados, cujas receitas extraordinárias foram geradas por operadores europeus após terem sido congeladas por centrais de depósito de valores mobiliários a partir de ativos soberanos russos imobilizados.
Foram disponibilizadas pela empresa de serviços financeiros belga Euroclear à Comissão Europeia como primeira prestação, a 23 de julho.
O dinheiro será agora canalizado através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz e do Mecanismo de Apoio à Ucrânia para apoiar as capacidades militares da Ucrânia, bem como para apoiar a reconstrução do país.
Após aval na UE no final de maio, está previsto que 90% sejam afetados para a Ucrânia através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (que financia a compra de armas e munições de proteção) e 10% através do orçamento comunitário (apoio não militar), isto depois de uma das sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia ter envolvido a proibição de transações relacionadas com gestão das reservas e dos ativos do banco central russo, com os restantes ativos relevantes detidos por instituições financeiras nos Estados-membros a ficarem congelados.
Está estimado que estas receitas permitam mobilizar para a Ucrânia cerca de três mil milhões de euros por ano, num total de 12 mil milhões nos próximos quatro anos.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial.