Ucrânia: China e Rússia fazem exercícios navais conjuntos em resposta a acusações da NATO

A China manifestou descontentamento após ser classificada pela NATO como um “facilitador decisivo” na guerra que a Rússia continua a travar na Ucrânia. Em resposta, Pequim endureceu a sua postura em relação ao Ocidente.

Aproveitando a oportunidade para reforçar os laços com Vladimir Putin, o presidente chinês, Xi Jinping, não perdeu tempo em demonstrar força através de um exercício naval conjunto. Este domingo, começaram os maiores exercícios navais entre China e Rússia, os dois principais membros do bloco anti-Ocidente. As frotas navais combinadas dos dois países totalizam 1.328 navios, quase três vezes mais do que a frota dos Estados Unidos, embora a marinha norte-americana tenha mais porta-aviões, um recurso que os seus rivais não possuem em igual número.

De acordo com o site Global Firepower, especializado em questões militares, os Estados Unidos possuem 11 porta-aviões, enquanto China e Rússia têm, em conjunto, apenas três. No entanto, os três países possuem números semelhantes de submarinos, sendo que os Estados Unidos detêm, sozinhos, mais contratorpedeiros do que os dois rivais juntos.

O Ministério da Defesa da China emitiu um comunicado afirmando que as forças de ambos os países têm patrulhado a costa oeste e norte do Oceano Pacífico. Pequim assegurou que estes movimentos não estão relacionados com a situação internacional ou conflitos regionais, e que não envolveram nenhuma terceira parte.

Os exercícios, que começaram na província de Guangdong, devem durar alguns dias e têm como objetivo demonstrar as capacidades navais de Rússia e China, bem como a prontidão para responder a eventuais ameaças à segurança de ambos os países, segundo a televisão estatal CCTV. As manobras incluem exercícios com navios antimíssil, ataques marítimos e defesa antiaérea.

Após uma cerimónia de abertura dos exercícios realizada em Zhanjiang, as marinhas dos dois países realizaram simulações militares e exercícios de coordenação, conforme ilustrado na imagem que acompanha este artigo.

Não ignorando o tom mais agressivo da NATO em relação à China, Pequim mantém a sua marinha em constante atividade. Além das tensões com o Ocidente, a China enfrenta desafios no mar do Sul da China, particularmente em relação a Taiwan e às Filipinas, com quem disputa um banco de areia, gerando fortes tensões na região.

Este exercício naval conjunto é visto como uma resposta direta às recentes acusações da NATO e uma demonstração clara da cooperação estratégica entre China e Rússia, num momento de crescente tensão global.

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