Russos afirmam ter descoberto segredos do novo caça dos EUA. Pentágono nega fuga de informação

Um influente blogger militar russo afirmou ter obtido documentos confidenciais sobre armas e aeronaves fabricadas nos EUA, incluindo o avançado caça multifuncional F-35, embora o Pentágono tenha descrito as informações como “falsas”.

O canal russo Fighterbomber no Telegram, que alega ter conexões com a força aérea russa, afirmou no início deste mês possuir cerca de 250 gigabytes de dados sobre aviões de combate e sistemas de armas norte-americanos. Os documentos compartilhados pelo Fighterbomber incluem manuais para kits de orientação Paveway II, instruções para várias versões dos caças F-15 Eagle e detalhes técnicos sobre as Joint Direct Attack Munitions (JDAMs), que transformam bombas não guiadas em armas de precisão.

Numa publicação separada, no dia seguinte, o canal divulgou mais arquivos, alegadamente contendo instruções para drones e caças F-35 projetados nos EUA. Alguns desses arquivos foram aparentemente deletados após a publicação original.

Os caças F-35, fabricados pela Lockheed Martin, são aeronaves de quinta geração que estão a substituir modelos como os F-16 em muitos países, com pelo menos 18 nações a receber ou a encomendar estes jatos. O documento alegado do F-35, intitulado “manual do utilizador”, está fortemente censurado, e grande parte do que é legível parece ser conhecimento público.

Um porta-voz do Pentágono afirmou à Newsweek que as informações publicadas no Telegram eram “falsas”. Não está claro se o Departamento de Defesa examinou todos os arquivos publicados. “Estamos cientes dos relatórios e temos políticas e procedimentos em vigor para mitigar ameaças cibernéticas ao nosso negócio”, declarou um porta-voz da Lockheed Martin à Newsweek. “Mantemos confiança na integridade dos nossos robustos sistemas de informação em várias camadas e na segurança dos dados.”

Outro documento, rotulado como trabalho não publicado e protegido por direitos autorais pela empresa de defesa norte-americana Raytheon em 2015, parece fornecer detalhes sobre a bomba GBU-50 Enhanced Paveway II. A RTX, que inclui a Raytheon, recusou-se a comentar.

David Hambling, especialista em armas e jornalista, destacou a gravidade da divulgação de qualquer documento classificado. “A divulgação de qualquer documento classificado é um problema, pois a recolha meticulosa de inteligência pode reunir grandes quantidades de dados não relacionados num quadro útil de capacidades”, argumentou à Newsweek. Hambling também sublinhou a questão preocupante de como e onde os documentos foram vazados.

“Não é fácil determinar se os arquivos são autênticos e qual o nível de classificação a que pertencem, nem se há arquivos mais valiosos por vir”, afirmou Hambling.

O canal Fighterbomber, que conta com mais de meio milhão de seguidores, declarou: “Não sei se já foram publicados em algum lugar ou não, provavelmente foram, mas acho que não faz mal publicá-los aqui para quem precisar deles.”

A alegação de posse de documentos confidenciais e a subsequente publicação por uma fonte russa levantam sérias preocupações sobre a segurança cibernética e a proteção de informações sensíveis. O Pentágono e as empresas de defesa envolvidas continuam a monitorizar a situação e a reforçar as suas medidas de segurança para evitar futuras brechas de dados.

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